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Banco do Japão começa a debater fim do programa massivo de estímulos

O governador do Bando do Japão reforçou, esta terça-feira, a ideia de uma mudança na política monetária do país, que foi pioneiro na implementação do ‘quantitative easing’.
3 Abril 2018, 13h35

Após décadas de estímulos monetários à economia japonesa, o Banco do Japão (BoJ) estará a começar a ponderar o fim do programa. O governador Haruhiko Kuroda afirmou, esta terça-feira, no Parlamento japonês que há um debate dentro do banco central, mas que ainda é muito cedo para revelar os detalhes.

“Internamente, estamos a conduzir várias discussões”, respondeu Kuroda, citado pela agência Bloomberg, quando questionado sobre a possível normalização da política monetária japonesa.

A afirmação do governador japonês reforça a ideia de uma mudança no país, que foi pioneiro na implementação do quantitative easing (QE), em 2001. O programa durou até 2006, mas pouco tempo depois, com a crise económica global e o início das mesmas políticas monetárias não convencionais nos EUA, o Japão também regressou.

Em 2010, foi lançado um novo programa de QE, que foi suspenso três anos depois para dar lugar a medidas alargadas, conhecidas como quantitative and qualitative monetary easing (QQE). Em 2014 e 2016, houve novos reforços da compra de ativos e, no final de 2017, a folha de balanço do Banco do Japão contava com 521,4 biliões de ienes (3,99 biliões de euros) adquiridos no âmbito dos programas.

Num altura em que vários outros bancos centrais (incluindo nos EUA e na zona euro) estão a normalizar as políticas monetárias, Kuroda tem dado indicações de que o país poderia seguir a tendência. A inflação anual no Japão acelerou 1,5% em fevereiro, face aos 1,4% de janeiro, continuando, no entanto, abaixo da meta de 2% do banco central.

O economista-chefe da Meiji Yasuda Life Insurance Co. Kodama, Yuichi Kodama, explicou que “o BoJ tem comentado mais frequentemente a possível saída”, apesar de não esperar que a inflação chegue à meta do banco central. “O BoJ está a mudar de postura para valorizar a comunicação com os mercados e isto é parte dessa mudança”, acrescentou, em declarações à Bloomberg.

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