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Bancos italianos sob pressão caso o ‘Não’ vença

O setor financeiro italiano seria o mais penalizado por uma vitória do ‘Não’ no referendo do próximo domingo, segundo os analistas.
  • Tony Gentile/Reuters
3 Dezembro 2016, 19h45

Uma vitória do ‘não’ no referendo de domingo pode resultar no aumento da tensão nos mercados, mesmo que de forma temporária e pelo menos até que as perspectivas políticas italianas voltem a clarificar-se – é essa a convicção de esmagadora maioria dos analistas financeiros. Uma nota de ‘research’ do ING indica que a Itália já está a pagar mais pela sua dívida, mas, ainda assim, “acreditamos que a intervenção do Banco Central Europeu será suficiente para limitar essa evolução negativa”.

Mas, diz ainda o ‘research’, a que o Jornal Económico teve acesso, “talvez mais importante ainda, uma vitória ‘não’ poderia ter um impacto negativo sobre a evolução do sector bancário italiano, retardando o processo de reestruturação em curso”. Os bancos italianos estão sobrecarregados por um elevado volume de crédito mal parado, que estão a tentar eliminar.

“Num ambiente de instabilidade política e institucional, a venda destes créditos torna-se mais difícil”. Neste quadro, a ‘limpeza’ dos balanços, mas também “qualquer aumento de capital” tornam-se operações mais difíceis de concretizar – com potenciais investidores, desde logo os estrangeiros, a reservarem-se de aumentarem a exposição a um mercado instável.

Os dados dizem tudo: o Unicredit e o Monte dei Paschi, respectivamente o maior e o terceiro maior bancos do sistema, perderam mais de metade do seu valor no ano em curso, e o segundo maior, o Intesa Sanpaolo, anda por lá perto: perdeu 34%.

O cenário de uma economia a estagnar face à eventual antecipação de eleições se o ‘não’ ganhar, pode resultar, segundo um ‘research’ da responsabilidade da consultora XTB, na derrocada de alguns bancos. É que, face às perdas de valor acumuladas, os bancos italianos em dificuldades não têm tempo para esperar uma solução.

A XTB aponta também, por outro lado, para a evidência de que os bancos italianos lideram as perdas de todos os índices das bolsas europeias. O Deutsche Bank, o Credit Suisse e o Banco Popular (espanhol), são os únicos não-italianos a acompanhar os congéneres transalpinos no fundo das listagens dos índices. n

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