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Bancos portugueses ainda estão “tremidos”, indica Bloomberg

Praticamente três anos depois do plano de resgate a Portugal, o setor bancário português continua inconstante, refere a agência “Bloomberg”, que contactou diversos analistas e comparou dados do Banco Central Europeu.
11 Fevereiro 2017, 14h54

Praticamente três anos depois do plano de resgate a Portugal, o setor bancário português continua inconstante, refere a agência “Bloomberg”, que contactou diversos analistas e comparou dados do Banco Central Europeu.

Em causa está o crédito em risco nos bancos portugueses, que era de 32 mil milhões de euros no final de 2015 e estagnou em cerca de 12% do total nos últimos dois anos, após os oito maiores bancos em Portugal terem arrecadado mais de 26 mil milhões de euros de capital entre 2008 e 2014, no qual se inclui a ajuda do FMI e o resgate do Banco Espírito Santo.

Na opinião do analista bancário Benjie Creelan-Sandford, do Jefferies Group, “estamos numa situação em que ainda lidamos com os mesmos problemas que tínhamos há anos, relacionados com a correção dos balanços dos bancos e com a contabilização de imparidades por crédito malparado”, disse Benjie Creelan-Sandford, analista bancário do Jefferies Group.

No artigo publicado na última quinta-feira, a “Bloomberg” indica que o facto de o primeiro-ministro, António Costa, ter sugerido que poderia nacionalizar o Novo Banco se as condições de venda fossem desfavoráveis contribuiu para a incerteza no sector. Além disso, os problemas aumentaram devido à dívida soberana e às taxas de juro dos títulos a dez anos de Portugal.

Ainda no passado dia 26 de janeiro, os juros da dívida a dez anos ultrapassaram os 4%, alcançando um valor que não se registava desde fevereiro do ano passado. Os juros em questão atingiram os 4,094%, depois de terem começado a negociar hoje nos 3,992% e de ontem terem tocado nos 3,959%.

Também o diretor de classificação soberana da Fitch, Federico Barriga, diz à “Bloomberg” que “qualquer solução para o setor financeiro e o seu impacto no balanço do Governo serão observados atentamente”. Roger Turro, da área de banca da mesma agência adiantou ainda que, embora os aumentos de capital do BCP e da Caixa aliviem um pouco a pressão, a baixa geração de capital interna e a má qualidade dos ativos são um motivo de preocupação.

Na semana passada, a Fitch manteve o rating de Portugal em BB+ com perspetiva estável, revelando algum otimismo e afirmando que os riscos macroeconómicos ficaram mais moderados. Porém, não deixou de apontar os maiores riscos que se avizinham: protecionismo e volatilidade que pode trazer os vários atos eleitorais que vão ter lugar em importantes economias europeias.

gráfico bloomberg

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