A Associação de Lesados do Banif (ALBOA) anunciou hoje, no Funchal, que vai criar um grupo de trabalho para apoiar os ex-clientes do banco na formalização das queixas relacionadas com a venda fraudulenta de produtos junto da CMVM, entidade reguladora do setor.
A associação defende que os lesados do Banif devem apresentar as queixas de forma a aumentar o seu número e tornar mais visível o caso junto da entidade reguladora.
O número de queixas atualmente ronda as 400.
Daniel Caires, um dos dirigentes da associação, afirma que “é muito importante que as queixas fiquem registadas junto da CMVM e só através de milhares de queixas é que o caso ganhará maior dimensão”, referindo ainda que o grupo de trabalho criado vai atuar na Madeira, Açores e continente durante o mês de fevereiro.
A ALBOA, para além de representar 3.500 obrigacionistas subordinados que, durante o processo de venda do banco Santander perderam 263 milhões de euros, ainda conta na lista 4 mil obrigacionistas Rentipar, que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, sendo cerca de 25 mil provenientes da Madeira.
A associação sustenta que vários ex-clientes do banco Banif adquiriram produtos bancários sem conhecimento efetivo dos mesmos, nem dos riscos que representavam.
“É muito importante que os ex-cliente expliquem o seu caso de venda fraudulenta junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM)”, disse à agência Lusa Daniel Caires.
Jacinto Silva, presidente da associação, explicou que o encontro com o chefe do executivo madeirense foi marcado a pedido do último, para que este fosse informado sobre o decorrer da situação.
“Já tivemos algumas reuniões com o mandatário do primeiro-ministro, na sequência das afirmações que ele fez na Assembleia da República de que o Estado português está interessado numa solução para os lesados do Banif, tal como aconteceu para os lesados do BES”, afirmou o presidente, defendendo ainda a necessidade de reunir com mais entidades, especialmente os representantes do Santander Totta, que adquiriu o Banif por 150 milhões de euros em dezembro de 2015.
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