A associação responsável pelo Mobile World Congress (MWC), a GSMA, revelou que a cidade de Barcelona vai perder 500 milhões de euros depois do anúncio do cancelamento do evento, revelou o jornal espanhol ‘El Economista’. O anúncio chegou ontem, ao fim da tarde, depois de mais de 45 empresas cancelaram a presença no evento tecnológico.
Entre as grandes empresas mundiais que anunciaram que não iriam estar presentes no evento encontram-se a Orange, Vodafone, British Telecom, Deutsche Telekom, Nokia, Sony, Amazon e Rakuten. Sem a presença dos maiores atores no ecossistema da feira tecnológica, os responsáveis tomaram a decisão de suspender a sua realização, uma vez que já estavam a perder dinheiro sem os seus maiores expositores.
No comunicado dos organizadores lê-se que “por um ambiente seguro e saudável em Barcelona e pelo país anfitrião, a GSMA cancelou o MWC Barcelona 2020 porque a preocupação global devido à propagação do coronavírus, as preocupações nas viagens e outras circunstancias, fazem com que seja impossível a GSMA realize o evento”.
Ainda assim, a GSMA sustentou estar atenta a todas as regras necessárias para evitar a propagação do vírus mundial, tendo inclusive reunido-se com profissionais de saúde, a nível espanhol e mundial.
Apesar da organização saber do grande impacto económico para a cidade catalã, no valor de 492 milhões de euros, e da criação de 14.100 colaborações temporárias, não viu outra opção senão dar o evento como suspenso. No comunicado, a GSMA adianta ainda que está a trabalhar para voltar no próximo ano, uma vez que o evento se realiza em Barcelona desde 2006.
De acordo com os dados da imprensa espanhola, a despesa com hotéis ascendia aos 70 milhões de euros e, embora as empresas tenham cancelado a sua participação, devem pagar o valor dos quartos que estavam alugados entre 24 e 27 de fevereiro.
Ainda assim, os hotéis e o evento não serão os únicos afetados. Também os apartamentos de aluguer temporário vão sofrer as consequências. Estes apartamentos tinham reservas no valor de 14 milhões de euros, o que significa 4% da faturação anual e que acabavam por salvar a baixa temporada que acontece nos meses frios. Também os restaurantes, os serviços de transporte privado, os táxis e a vida noturna vão sofrer as consequências de um cancelamento.
O secretário-geral da Federação Catalã das Associação de Restauração e Atividades, Joaquim Boadas, explicou à publicação que, só no ano passado, a restauração e vida noturna apresentaram uma faturação na ordem dos 110 milhões de euros, devido ao MWC, e que em 2017 este valor foi de 75 milhões de euros porque choveu.
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