Bastonário dos Médicos avisa: “Público nos jogos da Champions? Pode ser complicado”

O bastonário da Ordem dos Médicos deixou avisos para os riscos de haver público a assistir aos jogos da Liga dos Campeões que vão ter lugar em Portugal em agosto.

“Eu não sei se a final da Champions vai ter ou não público. Se não tiver público, não tem qualquer inconveniente. Se tiver público, pode ser complicado”, alertou hoje Miguel Guimarães.

“A par dos aviões, eventos como jogos de futebol não são fáceis de controlar, e quando estamos a falar de uma prova de futebol a esse nível estamos a falar dos maiores estádios que temos em Portugal, que levam muita gente. Se for para ter público, pode ser complicado”, destacou o bastonário durante uma vista ao hospital de São João no Porto, segundo imagens da SIC Notícias.

O evento que vai ter lugar em Lisboa de 12 a 23 de agosto, consiste dos jogos dos quartos de final, meias finais e final da Liga dos Campeões, a serem disputados nos estádios da Luz e de Alvalade, anunciou ontem a UEFA, restando ainda saber se vai ser permitido público dentro dos estádios ou se serão à porta fechada.

Questionado sobre se os jogos do campeonato português ainda poderão vir a receber público até ao final da temporada, Miguel Guimarães alertou para um risco de ser  criado um paradoxo.

“O Governo terá que tomar uma decisão sobre isso, mas parece-me estranho que o Governo autorize público nos jogos da Champions e não autorize público nos jogos das equipas portuguesas”, declarou. “Aí tem que haver uma regra que seja semelhante, estamos a falar de um publico limitado, um terço ou um quarto da capacidade”.

O bastonário alertou que nos casos dos jogos de futebol, os riscos não existem só dentro dos estádios, mas também nas “entradas e saídas” dos recintos desportivos, e nas “manifestações de alegria”.

“Há uma paixão muito grande pelo futebol em Portugal e na Europa, é quase impossível exageros não acontecerem. Estas situações tem que ser bem medidas. Neste caso concreto, entre o valor da saúde e o do desporto, em termos do que pode representar para o país, dou primazia à saúde, mas admito que o Governo, o primeiro-ministro, possa dar primazia a uma prova que possa ser importante para Portugal, se tudo correr bem, trazer mais pessoas para o pais, pois temos de recuperar a economia”, analisou.

“A saúde e a economia jogam lado a lado. Uma economia fraca, muito desemprego, leva a que a saúde das pessoas comece também a ficar mais fraca. Tem de haver aqui um equilíbrio, o que não e fácil”, apontou o bastonário dos Médicos.

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