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BCE mantém linha dura e volta a subir juros em 25 pontos base

O mercado inclinava-se, até há pouco mais de uma semana, para uma pausa e possível pico dos juros, mas os dados macro mais recentes determinaram novo aumento de 25 pontos base.
14 Setembro 2023, 13h15

Continua a subida de juros na zona euro. O Banco Central Europeu (BCE) optou pela décima subida consecutiva das taxas diretoras, com 25 pontos base (p.b.), colocando os juros de referência entre 4% e 4,75% face a uma inflação persistente e apesar dos receios de uma recessão no bloco europeu. O mercado apostava, até há pouco mais de uma semana, numa pausa no ciclo de subidas, mas os dados mais recentes inclinaram a autoridade monetária para novo incremento.

São novos máximos na taxa associada aos depósitos na zona euro, que atinge assim valores nunca antes vistos.

A decisão era vista como uma das mais difíceis no atual ciclo de aperto monetário na Europa, dado que a inflação surpreendeu ao não recuar em agosto, mas a atividade dá sinais cada vez mais claros e transversais de quebra. O BCE tem frisado a necessidade de controlar a subida de preços, reforçando o seu compromisso com o objetivo de 2% para o indicador no médio-prazo.

Os investidores apontavam para uma pausa nesta reunião até há pouco mais de uma semana, com uma forte expectativa de que fosse mesmo o pico dos juros na zona euro. Após os dados de agosto da inflação, o mercado começou a inclinar-se mais para nova subida, apoiando-se também nas várias vozes, sobretudo dos países do Norte, que pediam novos aumentos.

Em agosto, a inflação nominal do bloco euro foi de 5,3%, o mesmo valor verificado no indicador subjacente.

A própria linguagem do comunicado do BCE sugere que o pico do aperto pode ter sido atingido agora, com as taxas entre 4% e 4,75%. O comité de política monetária indica que, com esta subida, estima “terem sido atingidos níveis que, mantidos durante suficiente tempo, terão uma contribuição substancial para o retorno atempado da inflação ao objetivo” de 2%.

Os efeitos reais da subida mais agressiva de juros na história da moeda única estão ainda por se materializar na totalidade, levantando preocupações quanto ao abrandamento previsto da economia. Com a energia a voltar a pressionar os preços no espaço euro, teme-se nova vaga da inflação que, combinada com uma estagnação económica, deixe o bloco numa situação de estagflação.

[notícia atualizada às 13h32]

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