Confirmou-se a subida de juros dovish do Banco Central Europeu (BCE), a décima consecutiva, com a inflação a teimar em não descer e a atividade em clara quebra. Na conferência de imprensa após o anúncio da decisão, Christine Lagarde, presidente do banco, procurou afastar a ideia de que este será o pico do aperto monetário, mas frisou que os atuais níveis terão um “contributo substancial” para a descida da inflação se mantidos durante “um período suficientemente longo”.

Os mercados vinham alterando a sua projeção para a reunião de ontem nos dias que antecederam o encontro, apostando cada vez mais em nova subida de 25 pontos base (p.b.). Os decisores portugueses manifestaram-se contra a ideia, dado o elevado rácio de dívida pública e, sobretudo, a exposição das famílias a taxas variáveis, mas Mário Centeno, governador do Banco de Portugal (BdP), estava em clara minoria no seio do BCE.

Confirmada a decisão por “uma maioria sólida”, Lagarde negou que tenha sido atingido o pico dos juros na zona euro com as taxas de referência entre 4% e 4,75%; ao invés, a presidente do BCE reforçou a dependência dos dados, projetando que as atuais taxas tenham já um impacto significativo caso sejam mantidas durante algum tempo. Ainda assim, os mercados viram sinais claros de que a autoridade monetária europeia se prepara para terminar o aperto em curso.

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