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BCE vai acelerar ritmo da compra de ativos do programa de emergência ao longo do próximo trimestre

As taxas de juro mantiveram-se inalteradas, bem como a dotação do pandemic emergency purchase programme (PEPP). Porém, o Banco Central Europeu sinalizou esperar que as aquisições no âmbito deste programa ao longo do segundo trimestre sejam conduzidas a um ritmo significativamente mais elevado do que nos primeiros meses deste ano.
  • Forum BCE 2020 — Christine Lagarde
    BCE
11 Março 2021, 12h52

O Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) deixou inalterada esta quinta-feira a política monetária, conforme esperado pelos analistas. Frankfurt não mexeu nas taxas de juro, que continuam em mínimos históricos, nem na dimensão do programa de emergência de compra de ativos, depois de o ter reforçado em tamanho e prolongado a sua duração na reunião de dezembro, mas sinalizou que o ritmo de compras vai acelerar no segundo trimestre face aos primeiros meses deste ano.

“Com base numa avaliação conjunta das condições de financiamento e das perspetivas de inflação, o Conselho do BCE espera que as aquisições no âmbito do PEPP ao longo do próximo trimestre sejam conduzidas a um ritmo significativamente mais elevado do que nos primeiros meses deste ano”, explica o comunicado divulgado esta quinta-feira após a reunião.

O Conselho do BCE decidiu, no entanto, manter as aquisições ao abrigo do programa de compra de ativos devido a emergência pandémica, com uma dotação total de 1.850 mil milhões de euros, no mínimo, até ao final de março de 2022 e, em qualquer caso, até considerar que o período de crise do coronavírus terminou.

O BCE explicou que irá avançar com as aquisições “de forma flexível de acordo com as condições de mercado e a fim de evitar um aumento da restritividade das condições de financiamento que seja incompatível com contrariar o impacto em sentido descendente da pandemia na trajetória projetada da inflação”.

“Além disso, a flexibilidade das aquisições ao longo do tempo, por classes de ativos e entre jurisdições continuará a apoiar a transmissão regular da política monetária”, sinaliza, vincando que “se for possível manter condições de financiamento favoráveis com fluxos de compras de ativos que não esgotem a dotação no horizonte de aquisições líquidas ao abrigo do PEPP, a dotação não terá de ser utilizada na íntegra”.

Deixa ainda que claro que a dotação pode ser recalibrada, “se necessário, para manter condições de financiamento favoráveis, a fim de ajudar a contrariar o choque negativo provocado pela pandemia na trajetória da inflação” e garante que a futura descontinuação gradual da carteira do PEPP “será gerida de modo a evitar interferências com a orientação de política monetária apropriada”.

Relativamente às aquisições líquidas ao abrigo do programa de compra de ativos (APP) irão prosseguir a um ritmo mensal de 20 mil milhões de euros, pretendendo também “continuar a reinvestir, na totalidade, os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos no âmbito do APP durante um período prolongado após a data em que comece a aumentar as taxas de juro diretoras do BCE e, em qualquer caso, enquanto for necessário para manter condições de liquidez favoráveis e um nível amplo de acomodação monetária”.

As taxas de juro mantiveram-se inalteradas, sendo a taxa aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas aplicáveis à facilidade de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecem em 0%, 0,25% e -0,5%, respectivamente.

“O Conselho do BCE espera que as taxas de juro diretoras do BCE se mantenham nos níveis atuais ou em níveis inferiores até observar que as perspetivas de inflação estão a convergir de forma robusta no sentido de um nível suficientemente próximo, mas abaixo, de 2% no seu horizonte de projeção e que essa convergência se tenha refletido consistentemente na dinâmica da inflação subjacente”, acrescenta, realçando estar “preparado para ajustar todos os seus instrumentos, consoante apropriado, a fim de garantir que a inflação evolui de forma sustentada no sentido do seu objetivo, em conformidade com o seu compromisso de simetria”.

As atenção estão agora centradas na conferência de imprensa da presidente do BCE agendada para as 13h30, com os analistas centrados sobre os sinais que Christine Lagarde dará num contexto de preocupações sobre a subida das ‘yields’ das dividas soberanas.

(Atualizado às 13h03)

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