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BCE vai avançar com grandes subidas de juros nas duas próximas reuniões, alerta o Citigroup

Esta decisão tem de ser tomada por Christine Lagarde e restantes membros do BCE numa altura em que há vários desafios em cima. A região está a ser abalada por uma crise de fornecimento de energia, um choque inflacionista histórico e a ameaça de uma recessão. 
4 Setembro 2022, 09h20

Os investidores devem preparem-se para grandes subida das taxas de juro nas duas próximas reuniões do Banco Central Europeu (BCE), alerta o Citigroup. Isto numa altura em que as expectativas do mercado apontam para um aumento de 75 pontos base no encontro entre os responsáveis do banco central que se realiza a 8 de setembro.

De acordo com a Bloomberg, no mercado, a probabilidade de o BCE vir a avançar com um aumento de 75 pontos base na reunião desta semana é já de 70%. “Na nossa perspetiva, um ciclo de aperto rápido (mas potencialmente curto) é um cenário de base convincente”, afirma Antoine Gaveau, analista do Citi, citado pela agência, afirmando haver “muita incerteza” quanto a aumentos após o final deste ano.

Por outro lado, os investidores parecem estar a prever uma subida combinada de 125 pontos base nos próximos dois encontros, o que significa um aumento de 75 pontos base numa reunião e de 50 pontos base na outra.

Esta decisão tem de ser tomada por Christine Lagarde e restantes membros do BCE numa altura em que há vários desafios em cima. A região está a ser abalada por uma crise de fornecimento de energia, um choque inflacionista histórico e a ameaça de uma recessão.

Estas questões ganharam ainda mais força quando a empresa petrolífera russa Gazprom anunciou na  sexta-feira que o gasoduto Nord Stream 1 que transporta gás para a Alemanha vai permanecer fechado até que uma turbina seja reparada, cortando indefinidamente uma rota de abastecimento chave para a Europa.

Os responsáveis do banco central também estão atentos à desvalorização do euro, provocada pelas decisões de política monetária da Reserva Federal dos EUA. Jerome Powel subiu em julho os juros em 75 pontos base, tal como na reunião anterior. Foi o quarto aumento este ano.

“A Fed tem de abrandar a economia de maneira a travar a inflação”, refere Emmanuel Cau, estratega do Barclays Bank, à Bloomberg. Já o “trabalho do BCE é muito mais complexo porque não há muito que possa fazer contra uma crise energética”.

Segundo a agência de notícias, a decisão que Christine Lagarde terá de tomar esta quinta-feira é menos complicada do que aquela que teve de tomar em julho, mas não menos consequente. O BCE pôs fim a oito anos de taxas negativas com uma subida de 50 pontos base e uma nova ferramenta anti-fragmentação. Um aumento de 75 pontos base mostraria ao mercado a urgência de travar a escalada dos preços.

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