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Belmiro de Azevedo: O empresário que destruiu antes de construir

Quando decidiu fazer o balanço da sua vida pessoal e profissional, Belmiro de Azevedo referiu que quando entou na Sonae, em 1965, a empresa precisava de grandes mudanças. “A minha primeira tarefa nesta empresa consistiu em destruir para voltar a construir”, disse.
29 Novembro 2017, 16h23

Belmiro Mendes de Azevedo nasceu em Tuías, Marco de Canaveses, em 17 de Fevereiro de 1938. É o mais velho dos oito filhos de Manuel de Azevedo, carpinteiro e agricultor, e de Adelina Ferreira Mendes, costureira.

Depois do liceu entrou na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em 1956, licenciando-se em Engenharia Química com a classificação de dezasseis valores, a segunda melhor média de 1964. Posteriormente, especializou-se na Universidade de Harvard (EUA) em Gestão de Empresas (1975) e concluiu, em 1985, na Universidade de Stanford (EUA), o “Finantial Mangement Programme”.

No início dos anos sessenta, enquanto estudava, começou a trabalhar na EFANOR (Empresa Fabril do Norte), uma empresa têxtil localizada nos arredores do Porto. Na mesma altura casou com Maria Margarida Carvalhais Teixeira de Azevedo, licenciada em Farmácia, de quem tem três filhos: Nuno, Paulo e Cláudia. No período revolucionário de 1974, Pinto de Magalhães partiu para o exílio e Belmiro de Azevedo assumiu o controlo da Sonae.

Em 2007, depois de 18 anos na direção da empresa, transferiu a liderança para o seu filho Paulo de Azevedo, atual Presidente Executivo da Sonae SGPS e reservou para si o cargo de presidente do conselho de administração (chairman). “Pior é sempre não decidir ou decidir a desoras”, afirmou no seu discurso Belmiro de Azevedo, no evento de comemoração dos 50 anos na Sonae. “Não tive sempre razão”, acrescentou. E um desses casos ficou demonstrado na “história recente da Sonae Indústria”.

“A minha primeira tarefa nesta empresa consistiu em destruir para voltar a construir”. Porque, justificou, “o que via” em 1965 “não servia para a Sonae”. Houve “muitos sucessos durante esta história”, mas também “insucessos”, como “a distribuição no Brasil, o processo Portucel, a OPA sobre a PT” – “exemplos que deixaram cicatrizes” mas com os quais “soubemos aprender”.

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