“O sistema é completamente vulnerável”, afirmou o presidente do Brasil perante cerca de 40 diplomatas, que foram convidados para a sua residência para um briefing sem precedentes.
Jair Bolsonaro convocou o corpo diplomático ontem, segunda-feira, para um briefing sem precedentes marcado por acusações ao sistema eleitoral brasileiro, segundo a “Reuters”.
“O sistema é completamente vulnerável”, afirmou o presidente do Brasil perante cerca de 40 diplomatas, que foram convidados para a sua residência para um briefing sem precedentes.
Apesar de não apresentar quaisquer provas de fraude, recordou que, em 2018, um hacker entrou no sistema de votação eletrónica durante as eleições que; polícia concluiu não ter comprometido de forma alguma o resultado.
Bolsonaro defendeu que os militares brasileiros devem ser chamados para ajudar a garantir a transparência nas eleições de 2 de outubro, pressionando as autoridades eleitorais a aceitarem uma contagem paralela dos votos pelas forças armadas, uma opção que já foi rejeitada.
Na reunião estiveram presentes diplomatas dos Estados Unidos, da União Europeia, França, Espanha e Portugal; a vizinha Argentina, cujo presidente é de esquerda, não foi convidado.
“Sabíamos o que ele ia dizer, isso não foi surpresa. Mas é bastante invulgar convocar a comunidade diplomática para falar sobre uma questão interna”, disse um diplomata que esteve presente no encontro.
Os líderes da oposição apelaram a uma investigação dos alegados crimes eleitorais cometidos por Bolsonaro, pelos seus ataques a um sistema que resultou na sua eleição durante três décadas, como congressista na altura como presidente, e por utilizar a televisão pública para transmitir as suas opiniões.
