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‘Boom’ imobiliário em Lisboa gera guerra de ‘quem dá mais’ entre compradores, revela Bloomberg

Aumento do número de residentes estrangeiros aliado ao aumento do turismo estão a obrigar quem quer comprar casa no centro da cidade chega a oferecer mais do que o dinheiro pedido pelo vendedor só para assegurar que consegue um imóvel.
29 Novembro 2017, 17h06

boom no setor imobiliário em Lisboa está a entrar numa nova fase, avança a agência de notícias ‘Bloomberg’. O aumento do número de residentes estrangeiros aliado ao aumento do turismo estão a obrigar quem quer comprar casa no centro da cidade a oferecer mais do que o dinheiro pedido pelo vendedor só para assegurar que consegue um imóvel.

Em apenas quatro anos, de 2012 a 2016, os preços das casas na cidade atingiram o valor mais alto dos últimos dez anos. No centro histórico de Lisboa, os preços dos imóveis aumentaram 26% no primeiro semestre deste ano, enquanto o número de negócios caiu 34% em comparação com o ano passado, o que revela a falta de oferta habitacional.

“Há uma grande diferença entre oferta e a procura”, afirma Luís Tilli, um agente imobiliário da HomeLovers, em Lisboa. “Chegámos a um ponto em que alguns investidores oferecem-se para pagar acima do preço exigido para conseguirem fechar um acordo”.

O preço médio das habitações num dos bairros centrais da cidade foi de cerca de 6.367 euros por metro quadrado no primeiro trimestre do ano, segundo dados da consultora Prime Yield.

“Há um número muito limitado de edifícios localizados no centro de Lisboa para comprar”, afirma José Cardoso Botelho, presidente da imobiliária Vanguard Properties. “A procura está a voltar-se agora para as habitações nos arredores da cidade, mas não está fácil”.

Nem mesmo a “rainha do pop” conseguiu arranjar casa no centro de Lisboa, indica a ‘Bloomberg’. Madonna terá mostrado alguma frustração ao procurar casa na cidade nas redes sociais: “Não consigo encontrar uma casa em Lisboa, mas certamente posso encontrar um cavalo!”

“Esta é a primeira vez que Lisboa tem escassez de casas para satisfazer a procura dos investidores”, sublinha Luís Lima, diretor da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP). “Os investidores têm de perceber que é impossível todos virem viver para a Avenida da Liberdade”.

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