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Boost IT fatura 13,4 milhões de euros em 2021 e vai recrutar mais um gestor de felicidade (com áudio)

A consultora tecnológica liderada por Bruno Ribeiro avançou ao Jornal Económico que vai abrir o primeiro escritório no Porto, o sexto espaço que terá em Portugal, durante o primeiro trimestre deste ano e ambiciona expandir no Sudeste Asiático, onde já tem 30 pessoas.
1 Fevereiro 2022, 07h40

O modelo “follow the sun” (segue o sol), onde o trabalho e a programação fluem pelo mapa-múndi sem olhar a hemisférios e diferenças horárias, está a obrigar a consultora tecnológica Boost IT a contratar cada vez mais talento tecnológico na Ásia e na Europa. A empresa fundada por Bruno Ribeiro e Nuno Melo, que apoia organizações na digitalização, terminou 2021 com uma faturação de 13,4 milhões de euros, o que significa um crescimento homólogo de 77,4% e mais 3 milhões de euros do que havia previsto para o ano transato.

“Fizemos uma aposta muito grande na contratação nas nossas equipas internas, com elevadas competências e com muito conhecimento do mercado, o que nos fez a carteira de projetos em Portugal. Mas foi sobretudo do mercado internacional, que representa 75% do valor total da nossa faturação, ainda que tenhamos crescido cerca de 10% no mercado nacional”, explica o cofundador e CEO ao Jornal Económico (JE).

Bruno Ribeiro reconhece que o sector tecnológico acabou por passar ao lado da crise sanitária e socioeconómica devido a sorte e trabalho e argumenta o primeiro motivo: “Imagine uma empresa tem num canal tradicional o principal canal de vendas, que no Covid-19 caiu abruptamente. Como nós desenvolvemos plataformas de e-commerce, basicamente, o nosso cliente em vez de desinvestir investiu ainda mais”.

É também por essa razão que pretende preencher as 300 vagas de emprego para engenheiros e programadores, antecipando ficar com 350 profissionais nestas áreas (entre entradas e saídas) e estima atingir um volume de negócios de 17,5 milhões de euros em 2022. O primeiro passo será dado já no primeiro trimestre, com a abertura do sexto escritório em Portugal, na cidade do Porto, com capacidade para até 30 trabalhadores que se encarregarão de transmitir proximidade física aos clientes do Norte, tal como fazem os funcionários de Viseu.

“Noto que o mercado está muito fechado, extremamente agressivo, e cada vez mais competitivo. As empresas quase que lutam, quase que andam à porrada, pelo mesmo talento, mas temos a vantagem de ter projetos de clientes com tecnologias relevantes, que impactam o mercado, e boas condições para oferecer aos colaboradores”, defende Bruno Ribeiro ao JE, referindo-se à anexação de outras áreas de negócio ao portefólio e aos trabalhos que têm feito para um banco na Noruega, uma tabaqueira norte-americana, entre outras multinacionais.

A empresa portuguesa – que faz parte da holding Nexus Capital, da qual o CEO também é sócio – conta com diversas áreas de negócio, entre as quais é nearshore (criação de equipas tecnológicas para apoiar empresas internacionais na transação digital), comércio eletrónico (e-commerce), cloud (onde trabalham sobretudo com Azure, da Microsoft) e analítica, e trabalha também com tecnologias mais disruptivas, como blockchain, Scala ou Python, que não fazem parte do core das receitas.

Fundada em 2018, a Boost IT começou por faturar um milhão de euros, no primeiro ano de operações, e hoje tem mais de 30 pessoas a trabalhar na Malásia e nas Filipinas e antecipa abrir portas de um espaço nos Países Bálticos (Estónia, Letónia ou Lituânia) a médio prazo.

“A internacionalização acontece porque alguns dos clientes começaram-nos a exigir que fossemos capazes de oferecer talento em Portugal e fora. Temos pessoas em 20 países. Só num dos clientes temos pessoas a trabalhar em 15 países. Cada vez mais temos quem trabalhe numa lógica de contracter [subcontratado], com outro vínculo contratual e os mesmos benefícios. Por exemplo, estamos a fazer uma plataforma de e-commerce para uma empresa nórdica, 100% desenvolvida em Portugal, que neste momento está a ser implementada no Sudeste Asiático, onde tivemos de contratar, porque o cliente queria que tivéssemos uma política de follow the sun, equipas a fazer desenvolvimento independentemente do fuso horário”, conta o CEO o JE.

Em Portugal, um dos postos de trabalho por preencher é para uma pessoa formada em Psicologia ou Recursos Humanos, que se junte à equipa de Filipa Lopes, gestora de Retenção e Felicidade na Boost IT. “É uma função que cada vez mais tem um peso grande na nossa estratégia”, garante o empreendedor.

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