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Boris Johnson diz que dar poderes à Escócia foi um “desastre” e escoceses pedem novo referendo de independência

Em 2014, os escoceses rejeitaram a independência do país nas urnas. Mas a pressão de um não acordo no tema Brexit e a pandemia da Covid-19 prejudicaram entre Londres e Edimburgo.
17 Novembro 2020, 09h38

O presidente britânico, Boris Johnson, assumiu que dar poderes de independência à Escócio foi “um desastre” e recusou entregar poderes adicionais Edimburgo, avança a “Reuters” esta terça-feira, 17 de novembro. A declaração de Johnson, que atualmente se encontra em isolamento profilático após ter estado em contacto com uma pessoa positiva, não caiu bem aos escoceses, que estão a forçar para que seja feito um segundo referendo para alcançar a independência.

Este segundo referendo para a independência, já após o Brexit, pode dividir o Reino Unido em diferentes partes. De acordo com as opiniões recolhidas pela “Reuters”, a maioria dos escoceses apoia agora a independência do território, após observarem a forma como o governo de Boris Johnson lidou com a pandemia do novo coronavírus e com a crise do Brexit.

Num referendo que data a 2014, os escoceses rejeitaram a independência do país nas urnas, votando 55% contra. No entanto, a pressão de um não acordo no tema Brexit e a pandemia da Covid-19 prejudicaram as relações dos dois países.

A declaração terá sido feita numa conversa com legisladores britânicos do partido conservador, assumindo que a decisão de Tony Blair, que governou o Reino Unido de 1997 a 2007, foi o seu “pior erro” enquanto governante. Questionado sobre a mesma declaração, o gabinete de Boris Johnson não realizou qualquer comentário.

Inglaterra e o País de Gales votaram para sair do acordo da União Europeia no referendo de 2016, enquanto a Escócia e a Irlanda do Norte opuseram-se aos seus vizinhos diretos e optaram por se manter na União Europeia. A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, é uma das nacionalistas que está a pressionar para a Escócia realizar outro referendo de independência.

“Vale a pena guardar estes comentários do primeiro-ministro para a próxima vez que os conservadores disserem que não são uma ameaça aos poderes do Parlamento escocês, ou que apoiam a devolução de mais poderes” ao território”, escreveu Nicola Sturgeon no Twitter, acrescentando que “a única forma de proteger e fortalecer a Escócia é com independência”.

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