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Boris Johnson quer substituir acordo nuclear com o Irão

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse hoje que está disposto a substituir o acordo nuclear de 2015 com o Irão por um novo pacto negociado pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
14 Janeiro 2020, 17h42

A posição, assumida por Johnson numa entrevista à BBC, contraria a que tem sido seguida pela diplomacia do Reino Unido, que, como as outras potências europeias signatárias do acordo (França e Alemanha), têm defendido a manutenção do chamado Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA, Joint Comprehensive Plan of Action).

“Se vamos acabar com ele [o acordo], então vamos substituí-lo e vamos substituí-lo com o acordo de Trump. É disso que precisamos e penso que seria um grande progresso”, disse Johnson.

Ao anunciar novas sanções ao Irão, na semana passada, Donald Trump defendeu que as outras potências signatárias do acordo — a Alemanha, Reino Unido e França, a Rússia e a China – devem “trabalhar juntas para concluir um acordo com o Irão que torne o mundo mais seguro e pacífico”.

“O presidente Trump é um grande negociador […]. Vamos trabalhar em conjunto para substituir o JCPOA e ficar com o acordo de Trump”, disse o primeiro-ministro britânico.

Segundo Johnson, os norte-americanos consideram que o acordo “tem falhas”.

As declarações do primeiro-ministro britânico foram feitas pouco depois do anúncio de que as potências europeias parte no acordo – França, Alemanha e Reino Unido – acionaram um mecanismo de resolução de disputas para forçar o Irão a cumprir os compromissos assumidos).

Segundo o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, os três países pretendem “preservar o acordo nuclear iraniano na sincera esperança de encontrar uma via para resolver o impasse através de um diálogo diplomático construtivo”.

O acordo nuclear assinado em 2015 entre o Irão e potências internacionais permitiu o levantamento de parte das sanções internacionais em troca do compromisso de Teerão de que o seu programa nuclear tem fins pacíficos.

O acordo nuclear foi concluído entre o Irão e o grupo 5+1, constituído pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) e a Alemanha, mas em maio de 2018, Donald Trump anunciou que os Estados Unidos se retiravam do acordo e voltavam a aplicar sanções ao Irão.

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