[weglot_switcher]

Brasil decide hoje o futuro de Michel Temer. Estará um novo ‘impeachment’ a caminho?

O presidente brasileiro é suspeito de ter dado autorização ao empresário Joesley Batista para pagar subornos ao antigo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para comprar o seu silêncio, no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga o maior esquema de corrupção na economia brasileira.
  • Michel Temer, PMDB, 2016-
2 Agosto 2017, 11h28

A Câmara de Deputados vai esta quarta-feira a votos para decidir se autoriza o Supremo Tribunal de Justiça a investigar o presidente brasileiro, Michel Temer, acusado de estar envolvido num escândalo de corrupção. No entanto, apesar de nas ruas oito em cada dez brasileiros serem a favor da condenação do presidente, na câmara baixa do Congresso apenas um terço dos deputados são para já a favor da permanência de Michel Temer na presidência, avança o ‘Diário de Notícias’.

É preciso encontrar no total de 342 parlamentares a favor para a oposição conseguir levar o presidente brasileiro ao banco dos réus do Supremo Tribunal e afastá-lo por 180 dias do Palácio do Planalto. Do lado do Governo, o panorama é bem diferente. Bastam 172 deputados que se abstenham ou votem contra o julgamento do presidente, para evitar que o julgamento do democrata por corrupção passiva avance.

Michel Temer é suspeito de ter dado autorização ao empresário Joesley Batista para pagar subornos ao antigo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para comprar o seu silêncio, no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga o maior esquema de corrupção na economia brasileira. Além de corrupção passiva, o presidente está ainda acusado dos crimes de organização criminosa e obstrução à justiça.

Nos últimos dias, Michel Temer tem feito aprovar medidas favoráveis aos diferentes quadrantes políticos, de forma a garantir votos contra o seu julgamento no Supremo Tribunal. Entre essas medidas estão a condenação do aborto (o que veio agradar às bancadas suprapartidárias envangélicas), o fim do estatuto do desarmamento (que os ex-militares apaudiram) e a não demarcação de terras indígenas (para satisfação dos grandes proprietários rurais).

Caso a Câmara de Deputados venha a aprovar o julgamento de Michel Temer pelo Supremo Tribunal de Justiça, o presidente deverá ser substituído pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.