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Brexit pode comprometer venda de veículos pesados nacionais, admite ACAP

O Reino Unido é responsável pela compra de 30% dos autocarros produzidos em Portugal e esse facto está a ser encarado como preocupante pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP).
31 Janeiro 2018, 15h38

A saída do Reino Unido da União Europeia (UE) pode vir a comprometer as exportações de veículos pesados. O vice-presidente da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), José Ramos, diz que por enquanto o setor automóvel ainda não foi afetado, mas a questão está a ser vista com “preocupação” tendo em conta que o país é responsável pela compra de 30% dos autocarros produzidos a nível nacional.

Em conferência de imprensa, José Ramos lembrou que o país foi o ano passado o destino de 11,5% das exportações de veículos portugueses e é um importante aliado de Portugal no que toca à venda de veículos pesados. Mais de um quatro dos autocarros fabricados no país são vendidos ao Reino Unido e, por isso, a ACAP e os seus associados já tiveram de proceder a um ajuste de preços para manterem as relações comerciais com os britânicos.

“Já procedemos a um ajuste de preços, tendo em conta a desvalorização da libra face ao euro”, explicou o vice-presidente da ACAP. “A moeda caiu quase 30% e foi necessário regularizar os preços dos veículos, mas, ainda assim, até agora não se registou uma grande afetação do Brexit nas exportações de veículos”, sublinhou.

Os dados revelados pela ACAP mostram que a produção automóvel fechou o ano a crescer 22,7%, rompendo com uma tendência de quebra no setor que se vinha a verificar nos últimos dois anos. Entre janeiro e dezembro de 2017 foram produzidos em Portugal 175.544 veículos automóveis, sendo que 95,9% dos veículos fabricados tiveram como destino o mercado externo, o que terá contribuído para a balança comercial portuguesa.

A Europa continua a ser o principal importador da produção automóvel nacional. Em 2017, o bloco europeu totalizado 86,5% das exportações portuguesas neste setor, sendo a Alemanha (20,6%), Espanha (13,1%) e França (11,9%) os três principais compradores. Fora da Europa, a Ásia foi a região para onde foram exportados o maior número de veículos, com especial destaque para a China (9,4%).

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