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Brexit. Saída de trabalhadores da UE pode levar a subida de preços no Reino Unido

Consórcio de Retalhistas do Reino Unido afirma que serão os consumidores a pagar o previsto aumento dos salários no pós-Brexit, caso os trabalhadores da União Europeia (UE) não possam permanecer no país.
9 Outubro 2017, 16h28

Numa altura de grande incerteza sobre o futuro dos trabalhadores da UE no Reino Unido, o Consórcio de Retalhistas do Reino Unido (BRC, na sigla original) apresenta um relatório que sustenta a tese de que os consumidores poderão ver-se a braços com um aumento dos preços. A causa será a falta de trabalhadores, que levará a uma subida dos salários.

O BRC avisou de que, sem uma ação rápida por parte do Governo, para garantir que os trabalhadores da UE possam permanecer no Reino Unido e a implementação de um sistema de imigração preparado para o futuro, os retalhistas do país poderão ter de suportar salários mais elevados, o que se repercutirá nos preços que os consumidores terão de pagar pelos produtos.

Apesar de os dados oficiais citados pelo BRC apontarem para que os emigrantes representem apenas 6% da força laboral do retalho, a proporção é mais elevada em algumas regiões e partes da indústria, com cerca de 25% da força de trabalho nas áreas da armazenagem e distribuição a dizer respeito a emigrantes.

O relatório revela ainda que 22% das empresas britânicas de retalho dão conta da saída de colaboradores da UE, ao passo que 56% aponta para que os emigrantes que com elas colaboram se revelam apreensivos quanto ao seu direito de permanecer no Reino Unido.

“Para garantir a certeza necessária, deve ser uma prioridade confirmar o estatuto dos colegas da UE”, diz o relatório. “A decisão de o Reino Unido deixar a UE criou incerteza, não apenas para o negócio, como para as pessoas da UE que têm aqui os seus empregos”, afirmou a principal responsável do BRC, Helen Dickinson.

“Os nossos dados são claros: A menos que tenhamos as estruturas certas implementadas para apoiar os retalhistas na atração, recrutamento e retenção de trabalhadores, os consumidores verão em breve o impacto nas suas compras”, acrescenta, em comunicado, Dickinson.

O BRC nota ainda que o setor do retalho de comida e bebida também sofrerá com uma falta de acordo para o Brexit, uma vez que os naturais de Reino Unido representam apenas um terço da força laboral permanente nesta cadeia de fornecimento.

Assim, esta associação recomenda ao Governo que implemente um sistema simples e acessível para a obtenção de vistos de residência e a passagem automática para o estatuto equivalente ao de cidadão do Reino Unido a todos os que tenham já conseguido um visto permanente de residência.

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