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Bruxelas revê em baixa previsões para a economia da zona euro e da União Europeia

Bruxelas reviu em baixa as previsões de crescimento para a economia da Zona Euro e da União Europeia. O executivo comunitário aponta agora para um crescimento de 2,7% em 2022 e 2,3% em 2023.
16 Maio 2022, 09h10

A Comissão Europeia decidiu rever em baixa as suas estimativas para a economia tanto da zona euro como da União Europeia (UE). De acordo com as Previsões de Primavera, que foram divulgadas esta segunda-feira, o executivo liderado por Ursula von der Leyen vê agora a área da moeda única e o bloco comunitário crescerem 2,7% em 2022 e 2,3% em 2023, quando nas Previsões de Inverno apontava para um crescimento de 4% e 2,8%, respetivamente.

“As projeções para a economia da UE antes do início da guerra eram de expansão prolongada e robusta, mas a invasão da Ucrânia pela Rússia coloca novos desafios, num momento em que a União Europeia tinha acabado de recuperar dos impactos económicos da pandemia”, afirma a Comissão Europeia, numa nota em que salienta que a escalada dos preços tem causado disrupções nas cadeias de abastecimento e, por conseguinte, agravado o sentimento de incerteza.

“A guerra está a exacerbar os obstáculos que já existiam ao crescimento, mas que se esperavam que diminuíssem. Foi isto que levou a Comissão Europeia a rever em baixa a previsão de crescimento da União Europeia e a rever em alta a projeção para a inflação”, explica, assim, o executivo comunitário.

No que diz respeito à evolução dos preços, Bruxelas prevê que a inflação se fixe em 6,1% na zona euro em 2022 e em 2,7% em 2023. “Para 2022, o valor referido representa uma revisão em alta considerável em comparação com as Previsões de Inverno (3,5%)”, frisa a Comissão Europeia, que espera que o pico da inflação seja atingido no segundo trimestre (6,9%), para depois abrandar gradualmente. Já para a União Europeia, Bruxelas vê a inflação situar-se em 6,8% em 2022 e 3,2% em 3,2% em 2023.

Quanto ao mercado de trabalho, a Comissão Europeia mostra-se otimista e indica que o emprego na União Europeia deverá crescer 1,2% este ano. “As pessoas que estão a fugir à guerra em curso na Ucrânia em direção à União Europeia devem integrar os mercados de trabalho gradualmente, o que terá efeitos visíveis a partir do próximo ano”, ressalva o executivo comunitário, que no que diz respeito ao emprego prevê um recuo para 6,7% em 2022 e para 6,5% em 2023 na União Europeia e uma quebra para 7,3% em 2022 e 7% em 2023 na zona euro.

Por outro lado, e no que toca ao rácio da dívida pública, Bruxelas aponta para um decréscimo para cerca de 87% do Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia em 2022 e para uma quebra para 85% do PIB em 2023 (95% e 93%, respetivamente, na zona euro), mantendo-se, ainda assim, acima dos níveis pré pandemia.

A Comissão Europeia remata avisando que as previsões estão altamente dependentes da evolução da guerra em curso no leste do continente e particularmente do impacto desse conflito nos mercados de energia.

Apesar deste cenário, Bruxelas diz-se otimista quanto a Portugal, pelo que espera que economia portuguesa venha a ter o maior crescimento da União Europeia e da zona euro este ano. Aponta para uma expansão de 5,8%, acima das estimativas anteriores e das projeções do próprio Executivo de António Costa.

(Notícia atualizada às 10h43)

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