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Cabo Verde Airlines vai duplicar voos de e para Lisboa no verão e flexibilizar vouchers de troca

“A reentrada da TACV no mercado veio mostrar que os preços não têm de ser ditados por companhias estrangeiras”, disse a ‘chairman’ da companhia aérea cabo-verdiana, em Lisboa, cidade onde reconhece que a empresa “concorre com muitas companhias para slots”.
3 Abril 2022, 20h30

A Cabo Verde Airlines – anterior Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) – pretende ter ligações áreas entre toda a diáspora cabo-verdiana e começará com a chegada aos Estados Unidos (Boston) no início deste segundo trimestre. Em Portugal, vai reforçar em julho os horários, para a época alta de verão, com quatro voos de Lisboa para Praia e vice-versa.

“Recomeçámos de forma tímida, mas conseguimos contra tudo e contra todos recuperar as nossas operações. A reentrada da TACV no mercado veio mostrar que os preços não têm de ser ditados por companhias estrangeiras”, disse a presidente do conselho de administração da Cabo Verde Airlines, numa apresentação das campanhas que se realizou no Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV), em Lisboa. “Estamos a concorrer com muitas companhias para slots em Lisboa”, alertou.

Sara Pires reconheceu que, apesar de a TACV ser uma das quatro companhias aéreas africanas autorizadas a voar para os Estados Unidos, a ligação à maior economia do mundo continua a ser “o maior desafio” para a transportadora. Contudo, assim que essa etapa ficar concluída, o objetivo é responder depois às necessidades das comunidades cabo-verdianas da Holanda, de França e de outros países do norte da Europa.

Carlos Salgueirão, administrador da TACV para área comercial, revelou que a companhia está ainda a tentar facilitar que os vouchers de troca de viagens – de quem não pode voar quando as operações foram suspensas – para que sejam transmissíveis para outros passageiros. O objetivo é flexibilizar a atribuição dos vales, que têm uma validade de três anos, para que os consumidores não tenham de optar pelo reembolso do dinheiro pago.

“Mas há sempre que não abdique do seu reembolso. É um dos assuntos mais complicados de gerir. Pedimos às pessoas que tenham paciência, porque vai levar algum tempo. Não é fácil fazê-lo todo de uma vez, mas vai ser possível fazê-lo gradualmente com a retoma das operações”, garantiu Carlos Salgueirão. “A Covid trouxe grandes desafios e dificuldades que estamos a tentar transformar em oportunidades”, reconheceu a chairman da companhia.

Atualmente, a Cabo Verde Airlines tem duas tarifas disponíveis – a económica (com os modelos light, plus e flex) e a morabeza (light e flex) – e quatro sistemas de pagamento (MB Way, referência Multibanco, Cartão 24 – semelhante ao cartão Multibanco em Portugal – e depósito bancário), que brevemente passarão a cinco, com a opção de pagamento por cartão de crédito. “A integração leva algum tempo, mas num futuro próximo vai estar disponível”, assegurou Carlos Salgueirão.

Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da então pública TACV Lofleidir Cabo Verde (detida em 70% pelo grupo Icelandair e em 30% por empresários da Islândia, que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada). O negócio foi de 1,3 milhões de euros. Porém, a 6 de julho de 2021 o Estado cabo-verdiano voltou a assumir uma posição de 51% da TACV detida desde 2019 por investidores islandeses, alegando vários incumprimentos na gestão e dissolvendo de imediato os corpos sociais.

Na semana seguinte, a companhia, que não fazia voos comerciais desde março do ano anterior devido à pandemia, cancelou todos os voos do plano de retoma da atividade, que previa progressivamente voos do arquipélago para Lisboa, Paris e Boston. Hoje, as ligações em causa estão a ser retomadas faseadamente.

As vendas de bilhetes foram relançadas a 20 de dezembro e em três dias os voos tinham uma taxa de ocupação a rondar os 70% devido ao fator Natal. “Quando o governo [liderado por Ulisses Correia e Silva] decidiu renacionalizar a empresa soubemos que seria possível ter uma companhia de bandeira, com conectividade permanente de Cabo Verde com o mundo e dar aos cabo-verdianos a opção de ter a sua companhia com preços competitivos”, afirmou a presidente do conselho de administração da TACV, no evento no CCCV.

A Cabo Verde Airlines é membro da IATA e tem bases de operações no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral (ilha do Sal) e no Aeroporto Internacional da Praia (ilha de Santiago). “Queremos que nos ajudem a elevar o nome da companhia que leva o nome do nosso país”, apelou Sara Pires.

Com Inforpress

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