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Capacidade de adaptação é chave para empresas exportadoras portuguesas prosperarem na incerteza atual

A nova normalidade poderá significar menos custos e obrigar a maior elasticidade na alocação de recursos, defenderam os oradores do painel de comércio internacional do Portugal Exportador 2020. Além disso, a captação e retenção de talento constituem o maior desafio estrutural do século e um objetivo para o qual as empresas portuguesas se devem orientar.
  • Bobby Yip/Reuters
18 Novembro 2020, 17h02

Apesar da incerteza quanto ao futuro, uma tendência parece inalterável em termos de comércio internacional: a adaptabilidade terá de ser chave para qualquer empresa que queira sobreviver no mercado global. Esta foi uma das ideias principais manifestadas no painel “Comércio Internacional – Saiba o que está a mudar”, evento inserido no Portugal Exportador 2020, do qual o Jornal Económico é media partner.

As alterações profundas trazidas pela pandemia na forma de trabalhar de grande parte das empresas, juntamente com a velocidade a que estas surgiram e tiveram de ser adotadas, reforçam a necessidade das organizações de conseguirem adaptar-se e alterar as suas operações para sobreviver e crescer.

Partindo do exemplo chinês invocado por Pedro Azevedo, Director of Corporate Comms & Sustainability da Frulact, que teve nas máscaras a sua principal exportação em maio de 2020, a capacidade de redirecionar recursos para novas e crescentes necessidades foi enaltecida pelos vários intervenientes do painel.

A adaptação ao teletrabalho também constitui uma oportunidade de “mais eficiência” pela redução de custos, sublinha Luís Olazabal de Almada, administrador delegado da Casa Santos Lima. “Há com certeza viagens que agora se conseguem evitar, porque antes as pessoas não estavam dispostas a fazer reuniões por Zoom ou online, mas agora estão”, sublinha.

Por outro lado, João Paulo Carvalho, administrador da Quidgest, defende que “a atração de investimento e de grandes empresas para Portugal”, especialmente quando não colocam no país os seus serviços de maior valor acrescentado, “acabam por estar a competir com o talento, esse sim o recurso mais escasso do século XXI”.

“Deveria ser ponderado se, atraindo mais empresas que vão pressionar o talento disponível em Portugal ou o que conseguimos atrair, especialmente na área das tecnologias da informação, (…) se isso não tem um impacto negativo nestes novos processos de teletrabalho”, questiona o administrador da tecnológica, clarificando ainda que este não é um pedido de protecionismo, mas sim uma lembrança que “foi o Portugal exportador que nos tirou da crise”.

Para Fernando Quintas, gestor de mercado da AICEP Portugal Global, apesar das dificuldades que a pandemia trouxe, a aceleração na transformação digital que causou pode ser um fator positivo. Para tal, destacou as várias iniciativas que a agência tem promovido desde o início da crise pandémica orientadas para “esclarecer as empresas e ajudar na retoma”.

“Criamos um conjunto de produtos e desenvolvemos, na sequência da pandemia, um conjunto de ações que, pelo feedback que recebemos, têm sido muito úteis”, afirmou Fernando Quintas, destacando os webinars de mercado setoriais, regionais e temáticos e o impacto da plataforma de apoio Portugal Exporta e da rede AICEP Online, que colocaram recursos em rede ao serviço dos empresários portugueses com atividade no exterior.

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