José Maria Ricciardi não ficou surpreendido pela condenação de Ricardo Salgado por três crimes de abuso de confiança, depois de se ter apropriado de mais de 10 milhões de euros de fundos do Banco Espírito Santo (agora Novo Banco).
Em entrevista ao Observador, revelada este domingo, o primo de Salgado revela que, a partir 2013, começou a estranhar determinadas situações. Ainda assim, naquela altura não imaginava a dimensão das ilegalidades cometidas. “Eu já me apercebi em 2013, 2014 de algumas coisas, mas nada disto”, sublinha.
“[Salgado] roubar a sua própria família não me parecia possível. Mas, com o tempo que foi passando, deixei de ter qualquer dúvida de que isso fosse possível”, reitera, de forma a deixar claro que a decisão da Justiça não lhe causou surpresa.
A situação remonta ao período mais crítico da crise do BES, que levou à resolução do banco, em agosto de 2014. Naquele tempo, Ricardo Salgado terá tentado chantagear Ricciardi, de forma a conseguir o seu silêncio.
“Perguntou-me o que é que eu queria e ficou muito surpreendido porque a minha resposta foi que eu queria que aumentassem mais o capital do banco de investimento”, recorda o banqueiro eeconomista. Reconhece, pois, que a pergunta de Salgado seria provavelmente sobre o que é que o próprio Ricciardi queria a nível pessoal, de forma a suborná-lo, para conseguir o seu silêncio a respeito dos conhecimentos que tinha sobre o BES e do GES.
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