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Catalunha: semana decisiva arranca com incerteza a dominar

A poucos dias do ato eleitoral, e numa altura em que as sondagens estão proibidas por lei, a incerteza é a única certeza. Tanto em relação a quem vence como a qual dos blocos será maioritário.
18 Dezembro 2017, 06h35

A três dias das eleições regionais na Catalunha, nenhuma das sondagens conhecidas – que agora, pela lei eleitoral espanhola, estão suspensas – permite antever qual vai ser o vencedor das eleições: Ciudadanos, Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e Partido Socialista da Catalunha estão muito próximos uns dos outros, sem que nenhum consiga destacar-se.

Mas as incertezas não ficam por aí: ninguém consegue assegurar qual dos dois lados em confronto (os independentistas e os não-independentistas) será maioritário no próximo parlamento catalão.

Todos os partidos decidiram marcar este fim-de-semana com atos que pretendiam ser um último e vigoroso apelo aos eleitores. Até o Partido Popular da Catalunha – que não tem quaisquer pretensões a ganhar as eleições – conseguiu chamar o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, para dar um último fôlego ao partido. Na sua intervenção, Rajoy insistiu que a deriva independentista é a principal razão da crise económica por que a Catalunha está a passar – e que não desaparecerá por magia no próximo dia 21 de dezembro, mesmo que os independentistas não vençam.

O chefe do governo apelou a que os catalães não-independentistas reconheçam que o PP agiu em todo o processo como mandam as regras constitucionais e que, se a região não está ainda mais deprimida, isso fica a dever-se aos populares.

Quanto aos três candidatos a vencerem, apelaram todos a que os catalães não fiquem em casa e insistiram que serão eles a conseguirem fazer regressar a estabilidade à Catalunha. Nada de novo, portanto, num quadro em que ninguém admite fazer coligações pós eleitorais – a não ser o Partido Popular da Catalunha – para não enfraquecer o seu discurso.

O partido de Carles Puigdemont, o PDeCAT, parece ter assegurado o quarto lugar nas eleições, o que tem pouco de honroso dado ser a prova de que o antigo presidente da Generalitat não foi, para já, ‘absolvido’ pelos catalães e terá as maiores dificuldades em ser aceite no próximo governo – até porque, em princípio, será imediatamente preso quando voltar a pôr os pés em solo espanhol.

Entretanto, o ‘El Mundo’ publicou uma sondagem sobre a aceitação da independência por parte dos espanhóis. E se, em termos nacionais, o independentismo até não parece estar mal cotado – 14,2% mostram-se a favor – já na Catalunha as coisas não estão famosas: apenas 33,5% dos inquiridos afirma querer ser independente do resto de Espanha.

Na próxima sexta-feira tudo ficará finalmente mais claro. E Mariano Rajyo saberá então se o Natal é para passar sem preocupações, se os não-independentistas ganharem, ou se a confusão política segue incontrolada logo a seguir aos Reis, se os independentistas ganharem.

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