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CDS-PP diz que novas regras de exames nacionais violam “expectativas, esforço e investimento” dos alunos

O presidente dos democratas-cristãos, Francisco Rodrigues dos Santos, defende que as novas regras prejudicam os alunos que querem fazer melhoria de nota para entrar na universidade e lembra que a educação é “a única oportunidade de quebrar ciclos geracionais de pobreza”. 
14 Abril 2020, 16h54

O CDS-PP considera as novas regras de exames nacionais adotadas pelo Governo face à pandemia da Covid-19 violam as “expectativas, esforço e investimento financeiros” dos alunos. O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, defende que as novas regras prejudicam os alunos que querem fazer melhoria de nota para entrar na universidade e lembra que a educação é “a única oportunidade de quebrar ciclos geracionais de pobreza”.

“Os exames nacionais que os alunos vão fazer em julho não vão servir, desta vez, para aumentar as notas internas do ensino secundário. As provas valem apenas como específicas para o ingresso no Ensino Superior e só nessas condições podem ajudar a subir as médias”, indica o líder dos democratas-cristãos, numa nota enviada às redações.

Em causa está a decisão do Governo de que os exames nacionais deste ano letivo valem apenas para o ingresso no Ensino Superior e não para melhorar notas internas do Ensino Secundário. Ou seja, para os alunos dos cursos científico-humanísticos que se preparavam para fazer melhorias este ano, apenas poderão subir as médias com base na nota que tiverem na prova de ingresso, ao contrário do que acontecia nos outros anos.

Em circunstâncias normais, os exames nacionais pesam apenas 30% nas disciplinas em que há prova nacional, aos quais se soma a classificação final dessa mesma cadeira.

Francisco Rodrigues dos Santos considera que a solução encontrada pelo Governo para a conclusão deste ano letivo marcado pela pandemia da Covid-19 e encerramento das escolas são “uma tremenda injustiça” para os alunos “num triplo sentido”.

“É uma injustiça por violar as expetativas, o esforço e o investimento financeiro dos estudantes e das suas famílias, que fizeram a gestão do seu percurso letivo em função da estabilidade das regras de acesso ao Ensino Superior. É uma injustiça, porque para muitos estudantes a melhoria da classificação final por exame é a única opção viável de melhoria da sua média interna. É uma injustiça, pois a alteração introduz uma desigualdade face às anteriores e possivelmente às próximas gerações no sistema de ingresso no Ensino Superior”, refere.

O líder do CDS-PP sublinha ainda que, “para milhares de jovens portugueses, a educação é a única oportunidade de quebrar ciclos geracionais de pobreza, atingindo o sucesso através do esforço e do mérito”.

“A proteção do seu futuro e a segurança sobre o modelo de avaliação do seu desempenho escolar merecem que não se mudem as regras a meio do jogo. O CDS é sensível aos argumentos dos estudantes e reitera a manutenção do atual modelo de acesso ao Ensino Superior”, sustenta.

A primeira fase dos exames nacionais para o 11.º e 12.º anos vai realizar-se, segundo o novo calendário do Governo, entre os dias 6 e 23 de julho. Já a segunda fase está prevista de 1 a 7 de setembro.

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