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Centro Internacional das Artes José de Guimarães celebra dez anos sob o signo do “encontro”

O CIAJG continua a querer afirmar-se como espaço para o espanto e a reflexão. Para isso, reinventa-se, lança reptos, convoca artistas, público e “vozes multiplicadas”.
  • CIAJG 10 anos
10 Maio 2022, 16h20

Em 2022, o CIAJG – Centro Internacional das Artes José de Guimarães celebra uma década de existência e continua fiel ao seu princípio de questionar. O mundo. O pensamento. As artes. Os caminhos a trilhar. Reinventa-se, abre-se ao passado, presente e futuro. E lança reptos. “Como construir uma consciência comum do mundo?” E, não menos importante, “como ir em direção a um futuro incerto? E pensar a multiplicidade, o emaranhado de tempos”.

O emaranhado é também feito de pessoas e, após dois anos de pandemia e de distância, o mote para celebrar dez anos de vida não poderia ser mais adequado. Chamaram-lhe “O Ritual do Encontro”, até porque o CIAJG sempre primou pela ideia de encontro enquanto ritual, entre artistas e públicos. E se as coleções do seu mentor, o artista José de Guimarães, já proporcionam viagens pelo mundo e encontros com o Outro, a programação para este ano de celebração será ainda mais eclética e desafiadora.

O Ciclo de Conversas “Para um novo enredo de vozes” já está em curso e prossegue a 18 de maio, dia em que se assinala o Dia Internacional dos Museus, com diversas iniciativas, desde visitas orientadas às exposições e oficinas, à ação-performance-percurso-degustação “Ruminar o museu”, concebida especialmente para o CIAJG pelos artistas André Alves, Filipa Araújo e Max Fernandes. No mesmo dia, às 21h30, Carlos Bernardo, Nuno Grande e Eduardo Brito debatem “Um museu na cidade”, com moderação de de Samuel Silva. Isto sem esquecer os projetos de continuidade ‘Triangular’ e ‘Heteróclitos’.

O Ciclo de Exposições “Voz Multiplicada” ocupa 13 salas expositivas e evoca também o tempo da escuta e da fala no museu, podendo ser visitado até 18 de setembro. Uma viagem pelas intervenções artísticas de Pedro Barateiro , com “A Língua do Monstro”, aqui em confronto e diálogo com as coleções de José de Guimarães – Artes africanas, pré-colombianas e artes antigas chinesas. Do artista angolano Yonamine, “EU UE/Amnésia & Dislexia”, que cruza referências temporalmente distintas como a deusa Europa da mitologia grega, os fetiches da beleza eurocêntrica, o mercado de cosméticos e a coleção africana do CIAJG; e ainda “Manifestos”, de José de Guimarães, que elaborou o seu 4º manifesto na sequência do repto do CIAJG, revisitando os anteriores: “Arte Perturbadora” (1968), “A Ratoeira” (1984) e “Esta cultura faz-nos velhos” (1999).

O ciclo conta também com outras duas exposições. “Garganta”, que reúne trabalhos de Afra Eisma, Janaina Wagner, Gabriela Mureb e Luis Lázaro Matos, entre outros artistas e tem curadoria do brasileiro Raphael Fonseca. E “Preambular o Futuro”, de Max Fernandes, uma intervenção vídeo que ocupa vários espaços do CIAJG e pretende ser uma reflexão sobre a memória, a partir de imagens de arquivo  relacionadas com a inauguração do museu em 2012.

Como se lê no site do CIAJG, este é um espaço que continua a propor uma “(re)montagem da história da arte, enquanto sucessão de ecos, e um novo desígnio para o museu, enquanto lugar para o espanto e a reflexão”. Consultar aqui a programação completa.

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