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CEO da Google: “A privacidade não deve ser um luxo”

Sundar Pichai defende, num artigo de opinião publicado pelo “New York Times”, que os Estados Unidos iriam beneficiar com a adoção de leis de privacidade semelhantes às europeias, no âmbito do Regulamento Geral Proteção de Dados.
11 Maio 2019, 12h30

O principal executivo da Google, Sundar Pichai, considera que os produtos da Google “são desenhados para que sejam úteis”. Num recente artigo de opinião publicado no jornal norte-americano “The New York Times“, o CEO garante que se sente privilegiado que vários milhões de pessoas confiem no Chrome ou no Google Maps, por exemplo, para as ajudarem diariamente.

No entanto, diretor da tecnológica do grupo Alphabet não se esqueceu de mencionar um dos temas mais falados durante os últimos anos: a privacidade, que acredita “ser um dos tópicos mais importantes do nosso tempo”.

“As pessoas estão preocupadas, com razão, sobre como a sua informação é usada e partilhada, e ainda assim definem a privacidade de acordo com os seus próprios termos”, explica Pichai. A seu ver, o termo privacidade é diferente para cada cidadão, e isso significa que “é vital que as empresas ofereçam escolhas individuais e claras, sobre a forma como os seus dados vão ser utilizados”.

Este texto pode ser visto como um ataque ao Facebook, criada por Mark Zuckerberg e que tem estado sob ataque pela utilização indevida de dados dos seus utilizadores. Ainda assim, a rede social anunciou que está a trabalhar em novas formas de proteger as contas.

O responsável da Google afirma ainda que a filosofia da empresa é “para todos”, e que isso significa que os seus produtos têm de estar disponíveis para todos, “quer seja um professor em Harvard ou um estudante na zona rural da Indonésia”.

“A nossa missão compete-nos a que tenhamos a mesma aproximação com a privacidade. Isso significa que a privacidade não pode ser um bem de luxo oferecido às pessoas que podem pagar produtos premium e serviços”, afirmou Pichai, nesse mesmo artigo. “A privacidade deve estar igualmente disponível para todas as pessoas do mundo”, explicou.

Sundar Pichai referiu também que os Estados Unidos da América iriam beneficiar com a adoção de leis de privacidade, à semelhança da Europa, que adotou o Regulamento Geral Proteção de Dados (RGPD) no ano passado: “A legislação vai ajudar-nos a trabalhar em função da proteção da privacidade (…). Vamos não vamos esperar por isso. Temos a responsabilidade de liderar”, defendeu.

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