CEO da HiJiffy: “Digo com segurança que a Páscoa e o verão serão muito positivos para a hotelaria”

A startup portuguesa HiJiffy, que trabalha para digitalizar os hotéis, investiu recentemente no lançamento de uma funcionalidade de marketing que permite às unidades hoteleiras trocar SMS com os seus hóspedes, para que maximizarem as oportunidades de geração de receitas e melhorem a comunicação com os turistas que chegam a estes espaços com anseios de experiências cada vez mais personalizada. Lance a primeira pedra quem não valoriza o kit de boas-vindas em cima da cama ou secretária ou o nome o ecrã da televisão.

Em entrevista ao Jornal Económico, o CEO, Tiago Araújo, diz que o interesse nestes avanços tecnológicos existe porque o sector está a procurar cada vez mais contactless, além dos pagamentos, devido à Covid-19 e automatização de tarefas por causa da falta de recursos humanos. Os objetivos a curto-prazo passam por desenvolver o software de contacto com o cliente e conquistar mais quota de mercado no Reino Unido e em França.

Apesar de trabalharem com vários grupos hoteleiros portugueses de renome, têm procurado diversificar mercados?

Apesar de Portugal, Espanha, França e Reino Unido serem os nossos principais mercados, já temos uma presença relevante fora da Europa, onde trabalhamos com várias propriedades da Marriott e Accor, por exemplo. Nas Filipinas, por exemplo, somos parceiros do Okada Manila, o maior hotel-casino do país. Na Tailândia, por sua vez, fomos escolhidos pela Centara Hotels & Resorts, uma das cadeias de referência na região. Também Singapura se tem revelado como um mercado de sucesso, podendo apontar aqui a parceria com Park Hotel Group.

Acredita que a época da Páscoa e a temporada de verão serão positivas para o sector hoteleiro, que ainda se encontra a recuperar da pandemia?

Estamos a sentir um grande aumento das reservas nas últimas semanas, em alguns casos estamos a falar de aumentos acima de 90% em fevereiro face a janeiro, pelo que podemos dizer com bastante segurança que a Páscoa e o verão serão muito positivos para a indústria. Contrariamente ao espírito que prevaleceu entre 2020 e 2021, notámos as pessoas muito mais positivas, tanto espanhóis como portugueses, dado o feedback que recolhemos a nível ibérico na participação na FITUR, e que certamente se voltará a confirmar na BTL.

Neste momento a nossa equipa já é composta por 25 pessoas, sendo que temos atualmente várias vagas em aberto para as nossas equipas de Produto (Engenheiros de dados e programadores), customer success, Desenvolvimento de Negócio e Marketing.

Como é que as vossas soluções tecnológicas vão, na prática, apoiar as empresas de turismo?

Este ano vamos continuar a trabalhar no desenvolvimento do nosso chatbot [mensagens instantâneas], aprimorando os recursos de inteligência artificial (IA) e Processamento de Linguagem Natural (PLN) por trás da solução. Daremos também início a ferramentas inovadoras de CRM (Customer Relationship Management), novas tipologias de campanhas de marketing altamente personalizadas com base em Big Data e adicionaremos novas funcionalidades relacionadas com SEO [Search Engine Optimization]. Isso vai ajudar os hotéis a ter um melhor e mais detalhado perfil dos seus hóspedes, o que lhes permite oferecer um serviço personalizado, garantindo que cada hóspede receba a mensagem certa no momento certo. Estamos a trabalhar arduamente para que os hoteleiros tenham uma ferramenta flexível e personalizada, especialmente desenhada para atender às suas necessidades e objetivo. Juntos possamos impactar positivamente a experiência do hóspede, superando sempre as expectativas.

Fundada há quatro anos por Tiago Araújo, José Mendonça e Pedro Gonçalves, a HiJiffy – em quem o ex-executivo do Twitter Sébastien Lefebvre apostou – está presente em mais de 1.600 hotéis de grupos como Pestana, Vila Galé, Nau Hotels & Resorts, Portobay ou Editory Hotels em 30 países. No final de 2020, a tecnológica fechou uma ronda de investimento (seed) de 1 milhão de euros com a sociedade pública de capital de risco Portugal Ventures e, mais tarde, recebeu 835.600 euros de fundo da Comissão Europeia, no âmbito do Portugal 2020.