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CEO da Revolut rasga passaporte russo “obviamente por causa da guerra” e por viver no Reino Unido há 16 anos

Nik Storonsky comentou, em Lisboa, a decisão de largar a cidadania russa. Em relação ao ciberataque da Revolut, explicou que “foram afetadas 50 mil pessoas em todo o mundo de 25 milhões”. “Se aplicar essa lógica para Portugal, de um milhão de clientes, foram 50-60 pessoas”, referiu.
2 Novembro 2022, 17h15

O cofundador e CEO da Revolut, que nasceu em Dolgoprudny, na Rússia, renunciou esta semana à cidadania russa e esta quarta-feira comentou a decisão à imprensa portuguesa e confirmou o principal motivo: “obviamente, por causa da guerra”.

Dois dias depois de o processo ter ficado concluído, Nik Storonsky – filho de Nikolay M. Storonsky, executivo da Gazprom Promgaz – explicou aos jornalistas que quis deixar de ser cidadão da Rússia em março, semanas a seguir à invasão da Ucrânia.

“É um desastre para mim. É triste ver o que está a acontecer. O meu pai é ucraniano, mudou-se para a Rússia quando tinha 16 anos e a minha mãe é metade ucraniana. Pessoalmente, renunciei da cidadania russa, obviamente, por causa da guerra e porque estou a gerir negócios na Europa e a viver no Reino Unido há 16 anos. Se nunca vivi nem fiz negócios na Rússia, não fazia sentido”, defendeu.

Questionado sobre se acha que alguma vez as autoridades ocidentais ponderaram colocá-lo na lista negra dos oligarcas russos, Nik Storonsky afirmou: “Acho que não. Saí de lá com 20 anos, quando ainda era um estudante”.

Regulação da banca tem de ser “preto no branco”

Há quase um ano chegou o Revolut Bank a Portugal, cerca de dois anos após a empresa ter recebido licença bancária na Lituânia. Apesar de disponibilizar apenas contas de depósitos à ordem no país (e não serviços mínimos bancários), que estão protegidos pelo fundo de garantia de depósitos lituano, esta estrutura terá sido o boost no número de clientes nacionais, para mais de um milhão, este ano.

“Algo muito importante para nós é que e estamos a localizar os nossos serviços para estar o mais próximo possível das pessoas. Por exemplo, nos pagamentos de contas pode-se fazê-lo localmente em cada país, incluindo Portugal através do KYC (Know Your Customer), o processo de identificação que estamos a melhorar. Estamos a desenvolver novos produtos e aperfeiçoar os existentes”, disse o CEO na sessão com o Jornal Económico, Dinheiro Vivo, Expresso e Sapo Tek.

E alertou para a necessidade de clareza na regulamentação bancária: “O relevante é que a regulação seja o mais direta possível e acessível para a nossa interpretação, porque se não for preto no branco causa inconvenientes e até pode encerrar negócios. A chave é ter regulação simples para não haver falhas de interpretação. Se houver regras claras no jogo é fácil gerir negócios”.

Ciberataque afetou “50-60” portugueses

Em relação ao ciberataque que a empresa sofreu recentemente, Nil esclareceu que “foi algo muito pequeno” para a dimensão da empresa. “Foram afetadas 50 mil pessoas em todo o mundo de 25 milhões. Se aplicar essa lógica para Portugal, de um milhão de clientes, foram 50-60 pessoas”, referiu Nik Storonsky.

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