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CGD vai vender uma carteira de malparado no segundo semestre

A procura de imóveis especiais, quer sejam de turismo, industriais, e comerciais, tem aumentado. “Queremos vender os imóveis, mas é preciso estarem regularizados e terem projetos, e tudo isso leva algum tempo”, referiu Paulo Macedo.
  • Cristina Bernardo
12 Maio 2022, 17h49

A Caixa Geral de Depósitos vai vender uma nova carteira de malparado no segundo semestre anunciou Paulo Macedo na apresentação de resultados do primeiro trimestre que foram de 146 milhões de euros, 80,5% acima do mesmo período no ano passado.

Trata-se de uma carteira de créditos em incumprimento granular e sem colaterais, disse o CEO da CGD, sem avançar com o valor.

No ano passado o banco vendeu uma carteira de malparado de 87 milhões de euros, lembrou Paulo Macedo.

O CEO admitiu também vender imóveis que ainda tem em carteira fruto de dação em cumprimento de crédito. Os imóveis detidos para venda caíram 8% no trimestre para 368 milhões de euros. “É o valor mais baixo dos últimos 10 anos”, disse o banqueiro que frisou que têm entrado muito poucos imóveis por incumprimento das famílias e das empresas, e tem havido transações de imóveis significativas. A cobertura por imparidades ascende a 52%.

A procura de imóveis especiais, quer sejam de turismo, industriais, e comerciais, tem aumentado. “Queremos vender os imóveis, mas é preciso estarem regularizados e terem projetos, e tudo isso leva algum tempo” disse o CEO.

Um dos imóveis que a CGD vendeu este ano foi um terreno em Marvila que pertencia à antiga Sociedade Nacional de Sabões, da família de Nuno Vasconcellos, presidente da Ongoing. Um imóvel que passou depois para as mãos da Obriverca, de Luís Filipe Vieira, a quem a Fundolis, um fundo imobiliário da Caixa, acabou por comprar por mais de 50 milhões de euros. O banco alienou agora este ativo por menos 18 milhões de euros do que pagou.

Sobre esta operação, Paulo Macedo afirmou que houve uma “avaliação bastante abaixo” do valor que tinha entrado no grupo. “Entretanto foi um imóvel que durante um tempo não obteve interesse porque havia limitações à construção”. E a entidade que agora o comprou “mostrou interesse” apesar dessas mesmas limitações.

“Nós gostaríamos este ano de fazer no crédito ao consumo 300 milhões de euros, o que nos coloca em quinto sexto lugar no mercado, isso fazemos nós num mês no crédito à habitação”, disse ainda Paulo Macedo.

Em termos de propriedades para investimento somam 21 milhões de euros em março deste ano. Já os Fundos de Reestruturação estão contabilizados a 439 milhões de euros e a administradora financeira Maria João Carioca disse que a propósito dos fundos de reestruturação “em breve teremos notícias positivas”. Já Paulo Macedo foi mais parco sobre o tema dizendo que continua a haver negociações e que ainda não há acordo fechado de venda dos ativos dos fundos da ECS, porque os bancos não querem vender a qualquer preço. Como se sabe o comprador escolhido é a DK Partner, mas ainda falta os bancos repartirem os imóveis que têm de ser excluidos na venda.

Paulo Macedo disse ainda que este trimestre deverá haver novidades por parte do Ministério das Finanças relativamente à venda do Banco Comercial do Atlântico (BCA), o maior de Cabo Verde, é que detido pelo grupo CGD em 58,2% e à venda do Banco Caixa Geral Brasil. A Caixa Geral de Depósitos (CGD) recomendou ao Ministério das Finanças a suspensão temporária do processo de venda do BCA e o cancelamento do processo de venda do Banco Caixa Geral – Brasil, noticiou o Jornal Económico.

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