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Chocolates britânicos: Tamanho diminui mas preço mantém-se. E a culpa é do Brexit

A medida deve-se ao sentimento de incerteza dos mercados face à saída do Reino Unido da União Europeia, que está a obrigar os fabricantes a adotar medidas extraordinárias para conseguirem regressar aos lucros.
5 Abril 2017, 13h44

Pela segunda vez em quatro meses, as marcas de cholocates do Reino Unido, como a Mars, a Maltesers e a Toblerone, estão a diminuir o tamanho dos seus chocolates, de forma a obterem lucro com a crescente desvalorização da libra. A medida de redução do tamanho dos produtos não se reflete no entanto no preço dos chocolates, que se mantém inalterado.

Segundo o jornal britânico ‘Financial Times’, os novos pacotes de chocolates Maltesers chegam aos consumidores com menos 15% do seu tamanho habitual. A medida de redução do conteúdo das embalagens está a ser seguida também por outras empresas que, dado o sentimento de incerteza dos mercados face à saída do Reino Unido da União Europeia, estão a adotar medidas extraordinárias para conseguirem regressar aos lucros.

A iniciativa aparece em linha com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Instituto de Saúde Pública de Inglaterra, que pedem aos fabricantes para reduzirem o teor de açúcar dos chocolates em 20% e assumirem um papel ativo no combate à obesidade infantil. As diretrizes estendem-se a todo o tipo de doces, iogurtes, cereais, biscoitos, tortas, pudins, margarinas e gelados.

Tim Rycroft, presidente da Federação britânica de Alimentos e Bebidas, considera que o corte na quantidade dos produtos provoca sempre reações negativas junto dos consumidores. “Quando os fabricantes reduzem o tamanho dos seus produtos, eles pensam que os restamos a roubar”, explica, acerscentando que acha “muito improvável” que as marcas sigam todas as mudanças impostas.

No dia do referendo britânico que deu vitória ao Brexit, a 23 de junho, a libra negociava a 1,49 dólares, tendo na semana seguinte caído quase 4% face à moeda norte-americana e atingido os valores mais baixos desde 1985. Desde então, não voltou a negociar acima das 1,35 dólares.

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