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Christine Lagarde alerta para maior risco de crédito dos bancos

“O ambiente para a estabilidade financeira piorou desde nossa última revisão em dezembro de 2021, especialmente no curto prazo”, disse Christine Lagarde, durante a conferência de imprensa, após a reunião de política monetária do Conselho de Governadores.
9 Junho 2022, 17h07

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou hoje que o ambiente para a estabilidade financeira e os bancos enfrentam agora um maior risco de crédito.

“O ambiente para a estabilidade financeira piorou desde nossa última revisão em dezembro de 2021, especialmente no curto prazo”, disse Christine Lagarde, durante a conferência de imprensa, após a reunião de política monetária do Conselho de Governadores.

A responsável do banco central explicou que em causa, em particular, está o menor crescimento e as crescentes pressões sobre os custos, bem como o aumento das taxas isentas de risco e das taxas de rendibilidade das obrigações soberanas, que poderão levar a uma maior deterioração das condições de financiamento pelos mutuários.

“Ao mesmo tempo, condições de financiamento mais restritivas podem reduzir algumas vulnerabilidades de estabilidade financeira existentes no médio prazo”, acrescentou.

Lagarde salientou que os bancos, que começaram o ano com “sólidas posições de capital” e a melhorar a qualidade dos ativos, enfrentam agora um “maior risco de crédito”, pelo que garantiu que a instituição vai acompanhar a evolução de perto.

“De qualquer forma, a política macroprudencial continua a ser a primeira linha de defesa na preservação da estabilidade financeira e no enfrentar das vulnerabilidades de médio prazo”, acrescentou.

A presidente do BCE recordou que as taxas de juros de mercado aumentaram devido às mudanças nas perspetivas para a inflação e política monetária, pelo que com a subida os custos de financiamento bancário aumentaram, o que contribuiu para taxas mais elevadas dos empréstimos bancários, em particular para as famílias.

Ainda assim, os empréstimos às empresas, bem como às famílias aumentaram em março.

Durante a mesma conferência de imprensa, também o vice-presidente do BCE, Luís de Guindos, admitiu que a normalização da política monetária poderá levar a um aumento do ‘stress’ da banca no curto prazo.

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