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CIP leva ao Parlamento estudo sobre as consequências do Brexit

O estudo, promovido pela CIP e realizado pelos especialistas da Ernst & Young – Augusto Mateus & Associados, revela que o Brexit poderá ter, no cenário mais otimista, um impacto negativo de 15% nas exportações portuguesas para o Reino Unido.
  • Cristina Bernardo
3 Dezembro 2018, 19h13

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal estará esta, terça-feira, 4 de dezembro, em audição pela Comissão de Assuntos Europeus da Assembleia da República, para apresentar o estudo “Brexit: as consequências para a economia e as empresas portuguesas”.

O estudo, promovido pela CIP e realizado pelos especialistas da Ernst & Young – Augusto Mateus & Associados, revela que o Brexit poderá ter, no cenário mais otimista, um impacto negativo de 15% nas exportações portuguesas para o Reino Unido. No entanto, as perdas potenciais da saída do Reino Unido da União Europeia (UE) podem chegar aos 26%, caso as negociações terminem sem acordo.

O Brexit é, segundo os autores do estudo, um “jogo de soma negativa”, mas as consequências e impactos da separação do Reino Unido da UE serão sentidas de forma assimétrica, além de que este será um processo de longa duração. Tal implicará, de acordo com o estudo, “uma reconfiguração do mercado interno europeu, com consequências e desafios para o conjunto das economias globalmente consideradas, mas com particularidades específicas em cada país”.

A saída do Reino Unido da UE “configura um processo de desconstrução de uma longa e profunda integração económica com dificuldades processuais relevantes, dada a inexistência de experiências similares, e com consequências que podem ser mal avaliadas, dado o desconhecimento da dimensão efetiva de muitos dos mecanismos de transmissão dos seus efeitos económicos e sociais”, lê-se no relatório do estudo.

Os setores dos produtos informáticos, eletrónicos e óticos; dos produtos de equipamentos elétricos e dos veículos automóveis, reboques e semirreboques são os que se prevê que venham a sentir o impacto do Brexit com mais intensidade. Já os produtos de áreas como a silvicultura, a exploração florestal; a pesca; a aquicultura, entre outros, estão entre os mais resilientes aos efeitos negativos do Brexit.

Os autores do estudo recomendam, por isso, aos empresários portugueses um esforço pró-ativo de valorização do Reino Unido como parceiro económico de Portugal e, por outro lado, à diversificação do relacionamento económico com novas economias.

O Reino Unido é o primeiro mercado de destino das exportações portuguesas de serviços e o quarto principal destino para as exportações portuguesas de bens.

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