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Citigroup enfrenta obstáculos na Arábia Saudita com prisão de grande acionista

Os executivos do Citigroup há muito tempo que cultivam relações com poderosos locais, como membros da família real ou altos funcionários de empresas, mas não confiavam em Alwaleed bin Talal para negócios bancários.
6 Novembro 2017, 10h38

O Citigroup poderá enfrentar novos obstáculos na reconstrução do seu negócio da Arábia Saudita depois de o acionista de longa data e promotor do banco ter sido preso. O príncipe saudita Alwaleed bin Talal, de 62 anos, foi detido anteontem na sequência de uma anticorrupção promovida pelo herdeiro Mohammed bin Salman.

O bilionário tem um património avaliado em cerca de 17 mil milhões de dólares, de acordo com a estimativa da revista Forbes, e tem ainda participações em empresas como Twitter, Apple, Lyft e News Corporation.

Para o co-responsável de investimentos do fundo Capricorn Fund Managers, Emad Mostaque, a detenção de Alwaleed bin Talal é “susceptível de tornar as coisas mais difíceis para o Citigroup na Arábia devido às empresas e aos indivíduos estarem cautelosos a qualquer parceria”, segundo adiantou à Bloomberg.

O Citigroup perdeu a sua licença de banco de investimento saudita ao vender a sua participação no Samba Financial Group, em 2004, e obteve uma nova, no passado mês de abril. Emad Mostaque disse ainda à agência noticiosa que a instituição financeira teve uma “fase turbulenta na Arábia Saudita depois de ter recuado do [banco] Samba e de ter construído constantemente a sua presença de volta”.

De acordo com uma fonte contactada pela mesma publicação, os executivos do Citigroup há muito tempo que cultivam relações com poderosos locais, como membros da família real ou altos funcionários de empresas, mas não confiavam em Alwaleed bin Talal para negócios bancários.

Ontem, o Ministério da Informação de Riade anunciou que as contas bancárias de personalidades sauditas detidas por alegada corrupção serão congeladas e objeto de investigação, enquanto os bens passaram para o Estado.

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