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Comissária europeia defende criação de cluster industrial para as renováveis em Portugal

Kadri Simson destacou que o fornecimento de gás natural a Portugal está resiliente e que a Europa libertou-se da sua dependência do gás russo.
12 Maio 2023, 12h56

“Já não estamos dependentes do gás da Rússia”. A garantia foi dada esta sexta-feira em Lisboa pela comissária europeia para a energia Kadri Simson, mais de um ano após a invasão russa da Ucrânia que lançou o caos no mercado energético europeu.

“Em primeiro lugar, terminaram com as exportações de gás a vários estados-membros numa tentativa de dividir e manipular o mercado. Sabiamos que tínhamos que encontrar uma solução. Estávamos preparados para trabalhar com os nossos parceiros, como os EUA e o Azerbeijão. Todos tinham que aumentar fornecimento à Europa. perdemos volume significativo de gás. Tivemos de promover energias renováveis e encontrar novas alternativas ao gás natural”, disse hoje a comissária em audição no Parlamento português.

“Foi preciso atuar rapidamente para dar resposta aos mercados internacionais. Dos 151 milhões de toneladas de m3 de gás que recebemos da Rússia em 2021, este ano vamos apenas receber 20 a 30 milhões de m3”, acrescentou.

“Já não estamos dependentes do gás russo. Não temos nenhuma ameaça à escassez de gás. Em Portugal, o fornecimento de gás continua resiliente, vai continuar a receber de outros fornecedores”, afirmou a comissária perante os deputados portugueses.

A responsável comunitária sublinhou que as reservas de gás estão nos “dois terços” e que os preços recuaram para os “níveis pré-guerra” e defendeu as medidas para promover as energias renováveis para “reduzir os preços para os consumidores finais”.

“Portugal tem muitas vantagens”, afirmou, destacando a produção de energia eólica e solar, defendendo a necessidade de aumentar os níveis de armazenamento.

Contudo, destacou os problemas nos licenciamentos ambientais e a necessidade de acelerar os processos. “Precisamos de energias renováveis para substituir combustíveis fósseis. Precisamos de reforçar outras alternativas tais como a energia de ondas e eólicas offshore”, defendendo também a importância dos países de desenvolverem componentes para esta indústria como aerogeradores.

“Todos os países que tenham costas vastas podem ter planos muito ambiciosos” na energia eólica offshore. “E porque não apostar na produção de componentes em Portugal?”, defendeu.

“Portugal juntamente com os seus parceiros como Espanha tem de continuar a desenvolver alternativas ao consumo de combustíveis fósseis”, afirmou.

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