Comissões da CGD aumentaram a partir de abril. O que mudou?

Os bancos nacionais aumentaram as suas comissões este ano. E a Caixa Geral de Depósitos (CGD) não foi exceção. Desde 1 de abril, quando entrou em vigor a alteração ao preçário do banco estatal, que os clientes com 65 anos ou mais passaram a pagar comissão de manutenção quando tiverem mais de cinco mil euros na conta à ordem, quando até então estavam isentos nestes encargos se tivessem um valor quatro vezes superior. Também as chamadas contas pacote ficaram mais caras nos casos em que não há bonificação, como domiciliação do ordenado, assim como pedir cheques ao balcão.

Até à alteração do preçário, estavam isentas de comissão de manutenção as contas à ordem cujo somatório dos rendimentos domiciliados fosse de valor inferior a uma vez e meia o salário mínimo nacional, em que o primeiro titular tivesse idade igual ou superior a 65 anos e desde que cada um dos titulares apresentasse um património financeiro com saldo médio igual ou inferior a 20 mil euros.

Desde 1 de abril, esta isenção aplica-se às contas à ordem que tenham um saldo médio de até cinco mil euros em depósitos, reduzindo o universo de quem tem acesso a esta “borla” entre os clientes que têm 65 ou mais anos.

Quando o Jornal Económico avançou em janeiro que a Caixa ia avançar com esta alteração, o banco liderado por Paulo Macedo referiu que o “critério de isenção mantém-se para pessoas de mais idade e com um rendimento inferior a 1,5x o salário mínimo nacional, isto é, 1.057,5 euros/mês”, notando que a “decisão prende-se com a necessidade de, continuando a salvaguardar os mais frágeis, incentivar os clientes a terem um maior envolvimento com o seu banco, aderindo às soluções multi-produto (Contas Caixa) que oferecem vantagens de preço face à contratação isolada dos vários produtos”. O banco realçou ainda que as isenções se mantinham para os mais jovens.

O aumento de custos não ficou apenas pelas contas à ordem com caderneta e contas à ordem com extrato. As comissões de manutenção também ficaram mais caras nas chamadas contas pacote da Caixa, mais concretamente naquelas em que não há bonificação. Ou seja, em que não há domiciliação do ordenado nem compras de 50 euros por mês realizadas com cartões de crédito ou débito associados à conta.

As subidas nas comissões, que entraram em vigor este mês, abrangem as contas Caixa S, Conta Caixa M e Conta Caixa L (esta última com comercialização suspensa desde o início de 2021). Por outro lado, nas contas bonificadas não houve qualquer alteração de custos. “O preçário continua a privilegiar os clientes que optam pela Caixa como seu banco de relação”, disse fonte oficial da Caixa no início do ano.

Na Caixa S, o custo anual de manutenção passou de 59,40 euros para 63 euros – valores ao qual acresce o Imposto do Selo (IS). O valor passou de 72 para 75,6 euros na Conta Caixa M, mais IS, com os aumentos a rondar os 5% a 6%. Já no caso da Conta Caixa L, os encargos por ano cresceram perto de 3% para 111,60 euros.

Já na Conta Caixa Azul, a comissão anual é agora de 171,60 euros, em comparação com os anteriores 168 euros que eram cobrados aos clientes.

Pedir cheques ao balcão, por telefone ou pela internet também ficou mais caro desde o início de abril. De acordo com as alterações ao preçário, um módulo de cinco cheques cruzados passou a custar 13 euros se for pedido e entregue ao balcão (quando antes o custo era de 11,5 euros), não subindo tanto se a entrega for feita por correio (12 euros).

O mesmo acontece se for requisitado através do “homebanking”. Enquanto antes custava 8,25 euros se fosse pedido pela internet, a entrega nas agências passou a custar 11 euros e o envio para casa custa agora 10 euros. Nos módulos com mais cheques, também houve um aumento dos encargos.