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Como as criptomoedas estão a prejudicar a investigação espacial e busca de aliens

A procura de unidades de processamento gráfico aumentou recentemente devido à mineração de moedas digitais, o que acabou levar à subida exponencial nos preços dos dispositivos e à escassez dos mesmos. Os cientistas temem que os projetos fiquem parados.
  • Cristina Bernardo
17 Fevereiro 2018, 17h12

Parece improvável mas a atividade dos ‘mineiros’ de criptomoedas está a afetar (pela negativa) a investigação espacial e a procura de vida noutros planetas. Algumas equipas de cientistas ou astrólogos denunciaram que a produção de moedas digitais está a criar escassez de chips que são essenciais para analisar e recolher massivamente dados nos projetos de exploração que levam a cabo.

A procura de GPU [unidades de processamento gráfico] aumentou recentemente devido à mineração de moedas digitais, o que acabou levar à subida exponencial nos preços dos dispositivos ou até ao esgotamento dos mesmos. Isto porque, no processo de “extração” de bitcoin ou ethereum, os computadores requerem placas de energia e gráficos potentes e capazes de analisar grandes volumes de dados na blockchain.

“Nós gostávamos de utilizar as GPU mais recentes e não conseguimos chegar a elas (…). Isso está a limitar a nossa procura de extraterrestres, para tentar responder a pergunta: ‘Estamos sozinhos? Existe alguém lá fora?’”, contou à BBC o cientista Dan Werthimer. O responsável do departamento de Astronomia da Universidade da Califórnia em Berkeley disse ainda que se trata de “um novo problema”, que só aconteceu nas encomendas que tentaram fazer “nos últimos meses”.

Os investigadores visados temem que alguns dos seus projetos acabem paralisados ​​pela inflação nos orçamentos ou pela falta de material. É o caso do telescópio HERA, na África do Sul, um projeto conjunto entre os Estados Unidos da América, o Reino Unido e o país africano, e o dos observatórios do Green Bank, em West Virginia, e de Parkes, na Austrália, como exemplifica a BBC.

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