Não obstante, o desejo de integração vertical da oferta e a necessidade de constante inovação tecnológica são fatores que têm promovido a manutenção de um ritmo acelerado na atividade de M&A.

Praticamente todos os dias surgem novidades tecnológicas com potencial disruptivo para despoletar mudanças significativas nos hábitos e preferências dos consumidores ou provocar rutura dos modelos de negócios e ambiente concorrencial. Estas mudanças colocaram na ordem do dia o tema da convergência, como uma solução estratégica para ganhar (ou proteger) vantagens competitivas.

É neste contexto que se tem assistido a um grande apetite dos maiores players do setor por pequenos negócios relacionados com tecnologia disruptiva e.g. Fintech, Blockchain, Internet of Things (IoT), Big Data e Inteligência Artificial (IA).

Da nossa experiência recente, verificamos que existem três fatores determinantes para a atividade de M&A no setor, todos eles relacionados com movimentos de convergência.

O primeiro é a rápida evolução das tecnologias disruptivas e as novas possibilidades de modelos de negócios. O segundo é a convergência de oferta aos consumidores, levando a novos tipos de oferta de pacotes de serviços com soluções adjacentes. Por último, mas não menos importante, o terceiro fator é aquele que garante que a convergência continuará a definir a atividade de M&A no setor, nomeadamente o crescimento do investimento de capital de risco.
Os processos mais tradicionais de M&A, mais focados na criação de sinergias e redução de custos continuarão a ser relevantes para o setor. No entanto, na EY temos identificado uma tendência para a proliferação das aquisições com vista à convergência, as quais se caracterizam, independentemente do objetivo — crescimento futuro através do acesso a tecnologia estratégica, obtenção de know-how específico ou crescimento imediato através da aquisição de um negócio adjacente — por implicar mudanças comportamentais e ajustamento de processos internos na fase de integração pós-aquisição.

Neste contexto, o sucesso dos processos de M&A depende muitas vezes da capacidade das empresas para descartar o velho manual de integração e fusão, em prol de uma abordagem mais orientada para a criação de valor durante o processo de integração. Tendencialmente o foco deixará de estar na criação de sinergias operacionais para passar a recair na identificação e retenção de talento, no acesso e proteção de tecnologia.