Estamos perante um cenário outrora inimaginável, que muitos referem ter aspetos semelhantes aos de uma guerra, em que lutamos contra um inimigo invisível. Poderia tratar-se de um argumento perfeito de um filme de ficção cientifica, mas não, é real. Este contexto desarmou-nos, ninguém poderia estar preparado para tal cenário.

Assumido que um dos principais requisitos das empresas para enfrentar esta e outras crises é a rápida capacidade de adaptação, as empresas Top Employers apresentam, aliado aos desafios, uma maior capacidade de resposta a este novo contexto. Estas empresas têm adotado uma gestão centrada nas pessoas, com base num conjunto de práticas de RH referenciadas globalmente, que permitiu desenvolver politicas e medidas agora essenciais à qualidade da gestão, e a uma maior capacidade de adaptação.

Há muito que o trabalho flexível, como por exemplo a implementação do teletrabalho faz parte das medidas de referência do programa de certificação Top Employers. Esta prática, tem sido justificada não só por uma economia global, mas fundamentalmente pelo impacto positivo em aspetos de bem-estar e conciliação entre a vida pessoal e profissional, que tem fortes implicações no comprometimento dos colaboradores à organização.

As organizações deparam-se agora com a implementação forçada desta medida, que tem implícita a necessidade de articulação de aspetos processuais e tecnológicos, mas dos quais surgem novos desafios, como é o caso da “e-liderança”, onde a distancia física desfavorece a proximidade da relação, e evidencia a necessidade do reforço da comunicação . A “e-liderança” tornar-se-á, muito provavelmente, numa realidade organizacional cada vez mais comum.

É inegável que a atualidade coloca em evidência a relevância de aspetos como a saúde, o bem-estar, bem como a responsabilidade individual de respeitar e cuidar o próximo. Este pressuposto está perfeitamente alinhado com práticas também incluídas na “HR Best Practices Survey” que incentivam a implementação de medidas de bem-estar e saúde (física e emocional); através de programas que vão desde cuidados com a saúde e nutrição, até à formação em gestão emocional, autoconhecimento, ou gestão de finanças pessoais.

Estas medidas procuram proporcionar aos colaboradores conhecimentos que possam impactar positivamente o seu dia a dia, e a sua qualidade de vida pessoal e profissional. A responsabilidade social das organizações reside também na forma como a gestão de pessoas contribui para uma sociedade mais saudável, mais justa, e mais sustentável.

A época pós-covid pede tempos de empatia, união e colaboração. As empresas voltarão, à semelhança da última crise, a um panorama de plena competitividade e necessidade de inovação. O talento procurará novas oportunidades, mas em organizações que proporcionem para além de um propósito organizacional um propósito social.

Comprometer e reter o talento será novamente uma prioridade estratégica, onde as práticas de GRH devem estar alinhadas e corresponder ao “Employer Branding”. Podemos referir, com algum orgulho, que as empresas Top Employers estarão certamente mais preparadas para uma recuperação e crescimento mais estruturado, eficiente, e que, apesar de tecnológico, mais humanizado.