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Competitividade: empresários estão mais otimistas quanto ao futuro dos seus negócios

Os empresa´rios continuam a sentir dificuldades na contratação. Apenas 17% considera fácil ou muito fácil contratar no seu distrito, um valor que em 2016 se situava nos 21%
11 Abril 2018, 07h30

Numa trajetória ascendente e num registo otimista, 61% dos empresários, distribuídos pelos 18 distritos e regiões autónomas do país, estimam melhorias no desempenho das suas empresas em 2018.

A estas conclusões da terceira edição do Estudo Nacional de Competitividade Regional, elaborado pela plataforma online Zaask, em colaboração com a Universidade Católica Portuguesa, juntam-se ainda as conclusões referentes ao apoio do Governo Regional/Local, situação financeira das empresas e situação económica das regiões.

Em relação a esta terceira edição do Estudo Nacional de Competitividade Regional, e comparativamente com as duas edições anteriores, Luís Pedro Martins, CEO da Zaask, destaca dois parâmetros cujos resultados têm vindo a melhorar desde 2015 e que estão, de certa forma, interligados: a situação financeira das empresas e a situação económica dos distritos, pois são indicadores que exprimem a confiança dos empresários nos seus negócios e a forma como estes têm contribuído para o crescimento económico dos distritos. “Outro parâmetro interessante, mas pela negativa, tem a ver com a perceção dos empresários quanto ao acompanhamento das entidades regionais/locais às empresas, que não registou melhorias. No entanto, 63% dos empresários avaliam como fácil a contratação de novos empregados para o seu negócio”, reforça ainda.

Enquanto em 2016, relativamente à situação atual da empresa, mais de metade dos empresários nacionais encaravam a sua situação como razoável (59%), em 2017, o indicador volta a subir ligeiramente (61%). As empresas dos distritos de Beja, Bragança e Coimbra são aquelas que avaliaram a sua situação financeira de forma mais negativa.

No que concerne às receitas, 45% dos empresários portugueses refere que estas aumentaram muito ou um pouco nos últimos 12 meses de 2017 face aos 36% verificados em 2016. Neste sentido, é patente na generalidade da amostra um otimismo em relação ao futuro. Apenas 8% dos empreendedores portugueses perspetivam uma evolução negativa da sua empresa. No polo oposto, são quase dois terços (61%) os que estimam melhorias no desempenho das organizações.

Otimismo não chega à contratação

 

À semelhança do revelado em 2016, a maioria dos empresários portugueses (56%) aconselha a instalação de um novo negócio no seu distrito, embora se tenha registado um decréscimo na ordem dos 10% neste parâmetro (62%). Já quanto ao grau de facilidade no lançamento de um novo negócio, apenas 18% dos empreendedores perceciona essa tarefa como fácil ou muito fácil, a contrastar com os 38% que afirmam ser difícil ou muito difícil.

Por outro lado, continuam a sentir dificuldades na contratação de empregados para o seu negócio. Apenas 17% considera fácil ou muito fácil contratar no seu distrito, um valor que em 2016 se situava nos 21%. Lisboa, Portalegre, Aveiro e Porto destacam-se como sendo os distritos em que existe maior facilidade em contratar, segundo as microempresas.

No que ao apoio do Governo Regional/Local diz respeito, a maioria dos inquiridos não tem conhecimento da existência de programas de formação para pequenos empreendedores, oferecidos pelo governo regional/local, sendo esse desconhecimento maior em Portugal (74%) do que em Espanha (65%). Os programas de networking promovidos pelos governos regionais/locais são ainda menos conhecidos entre os inquiridos: no total, apenas 14% afirma ter conhecimento dos mesmos (12% em Portugal e 19% em Espanha).

Faro, Leiria e Lisboa são os distritos que registam uma melhor situação económica.

Quando questionados sobre a situação económica do distrito a que pertencem, 86% dos empresários portugueses consideram ser razoável, boa ou muito boa. Com base no mesmo indicador, apenas 68% o avaliou desta forma em 2016, o que significa que existiu um aumento de aproximadamente 27%.

Ainda sonre os distritos, destacam-se Vila Real, Guarda e Bragança, como aqueles que os empresários locais mais recomendam para lançar um novo negócio; Guarda e Aveiro são os distritos onde é mais fácil lançar um negócio;Bragança, Açores e Évora são os distritos onde é mais difícil recrutar, sendo que os empreendedores da Guarda são os que sentem uma maior satisfação com a situação da sua empresa e um dos mais otimistas em relação ao futuro.

Por outro lado, Lisboa bate Porto na maioria dos indicadores avaliados pelos empreendedores, com exceção apenas no que diz respeito ao lançamento de um novo negócio no distrito, no qual os portuenses se mostram mais favoráveis; enquanto as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores voltam a destacar-se pelo maior conhecimento da existência de ações de formação e de programas de networking, sendo também a Madeira uma das regiões com maior acompanhamento por parte das entidades locais. No extremo oposto, Évora destaca-se como o distrito que menos sente esse acompanhamento. Castelo Branco é o distrito que apresenta uma melhor perspetiva de evolução nos próximos 12 meses e um dos que mais reconhece a existência de programas de networking pelos governos regionais/locais.

Para 2018, Luís Pedro Martins, perpspetiva que alguns índices evoluam também de forma positiva, em linha com o crescimento económico do país, “mas é algo que não podemos confirmar estatisticamente, uma vez que o estudo apenas analisa o momento atual, excetuando o indicador em que é pedido aos empresários que perspetivem a evolução dos seus negócios para este ano”, esclarece ainda. E exemplifica: “a facilidade de contratação por PME no interior do país é indubitavelmente menor do que por multinacionais nos grandes centros urbanos, para não referir que o talento é, dessa forma, mais canalizado para grandes empresas. Para além disso, ainda terá de haver alguma dinamização no que concerne aos apoios dos Governos Locais às pequenas empresas, principalmente nos locais mais remotos do país”.

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