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Conflito na Ucrânia pode aumentar preços do cereais no longo prazo em 7%, diz estudo

Com as as exportações ucranianas significativamente reduzidas, o milho ficará 4,6% mais caro e o trigo 7,2% mais caro
19 Setembro 2022, 17h50

Um estudo citado pela “France 24” concluiu que a invasão da Ucrânia pela Rússia pode fazer com que os preços de cereais a longo prazo subam 7%.

O bloqueio da Rússia aos portos do Mar Negro e as sanções a Moscovo causaram aumentos de preços de curto prazo e desencadearam temores de uma crise aguda de fome. A Rússia e a Ucrânia, juntas, exportam cerca de 28% da oferta mundial de trigo.

Especialistas nos Estados Unidos e no Uruguai estudaram o provável impacto do conflito nos preços do trigo e do milho nos próximos 12 meses, analisando vários cenários.

Um dos cenários aponta que se as exportações russas de cereais fossem reduzidas pela metade e as exportações ucranianas significativamente reduzidas, o milho seria 4,6% mais caro e o trigo 7,2% mais caro – mesmo supondo que outros exportadores pudessem intervir e preencher o déficit.

O estudo também descobriu que outros grandes produtores precisariam expandir significativamente as suas áreas de cultivo de cereais. Se todas as exportações de cereais da Ucrânia cessassem, a Austrália precisaria expandir a área de trigo em 1%, a China em 1,5%, a União Europeia em 1,9% e a Índia em 1,2%.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, já tinha alertado em julho que a invasão da Ucrânia pela Rússia combinou com os persistentes impactos comerciais do Covid-19 no sentido de criar uma “crise global de fome sem precedentes”.

Os dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação mostram que os preços dos alimentos estão atualmente mais de 10% mais elevados do que eram há um ano.

Embora Moscovo e Kyiv tenham chegado a um acordo em julho para retomar algumas exportações, mas existe o receio de que o conflito possa levar a anos de aumento dos preços dos alimentos.

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