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EUA: Conselheiro de Segurança Nacional de Trump demite-se por causa de ligações à Rússia

Um mês após ter iniciado funções, Michael Flynn apresentou o seu pedido de demissão. Em causa estão alegadas omissões de informação a Mike Pence e outros funcionários da Casa Branca a propósito de contactos com a Rússia.
  • Carlos Barria / Reuters
14 Fevereiro 2017, 08h24

O assessor para a Segurança Nacional dos Estados Unidos, Michael Flynn, renunciou ao cargo esta segunda-feira à noite, após informações de que teria enganado o vice-presidente, Mike Pence, e outros funcionários sobre os seus contactos com a Rússia.

Na carta da demissão, Michae Flynn afirma ter tido várias conversas telefónicas com o embaixador russo nos Estados Unidos durante o período de transição, antes da tomada de posse da administração Trump, e que forneceu “informação incompleta” sobre essas conversas ao vice-presidente norte-americano.

Alegadamente, Mike Pence baseou-se na informação fornecida por Flynn, indicando que o seu assessor para a Segurança Nacional não tinha discutido as sanções com o enviado russo, embora Flynn tenha admitido posteriormente que o tema possa ter sido abordado. Donald Trump nomeou entretanto o Tenente General do Exército na reserva Keith Kellogg como assessor para a Segurança Nacional em exercício.

Na última semana, o “Washington Post” noticiou que Flynn tinha discutido as sanções com o diplomata russo. Um dirigente norte-americano disse à agência Associated Press que esteve em contacto frequente com o embaixador Sergey Kislyak no dia em que Barack Obama aprovou as sanções à Federação Russa, por ingerência nas eleições presidenciais, e posteriormente durante a transição entre presidentes.

Ao início de segunda-feira, a assessora Kellyanne Conway garantiu que Trump tinha “confiança total” em Flynn, mas as suas afirmações não foram secundadas por nenhum dirigente sénior da Casa Branca.

Vários congressistas democratas apelaram ao lançamento de uma investigação aos laços de Flynn com a Federação Russa. A líder dos democratas na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, defendeu a demissão de Flynn, por não ser de confiança. Durante o fim de semana, Trump disse a colaboradores próximos que estava perturbado pela situação, mas não adiantou se pretendia demitir Flynn.

Este general reformado foi um apoiante de Trump durante a campanha, mas as suas relações de proximidade com os russos suscitam reservas. Em 2015, Flynn recebeu dinheiro para comparecer num jantar de gala da Russia Today, uma estação televisiva promovida pelo Kremlin, onde esteve sentado perto de Putin.

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