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Convenção BE: Pedro Soares diz que geringonça “continua a marcar a linha política”

“A geringonça acabou mas perdura na cabeça de alguns e continua a marcar a nossa linha política”, criticou Pedro Soares durante a apresentação da moção E à XIII Convenção, que decorre entre sábado e domingo em Lisboa.
27 Maio 2023, 16h15

O porta-voz da moção E à XIII Convenção Nacional do BE defendeu hoje que a geringonça “continua a marcar a linha política” do partido e criticou os deputados bloquistas por integrarem a comitiva que visitou a Ucrânia.

“A geringonça acabou mas perdura na cabeça de alguns e continua a marcar a nossa linha política”, criticou Pedro Soares durante a apresentação da moção E à XIII Convenção, que decorre entre hoje e domingo em Lisboa.

O delegado, que é o rosto da oposição interna à atual direção, considerou que o BE perdeu “influência política e social” e defendeu a necessidade de se constituir uma uma “alternativa e oposição à maioria absoluta”.

“Estamos aqui porque queremos lutar pelo diálogo e pela pluralidade. Por um Bloco com uma política de esquerda, polarizadora, com compromissos claros. Sim, com linhas vermelhas claras que não dê cobertura a uma espécie de social-democracia fora de tempo, cada vez mais liberal”, afirmou, considerando que a “deriva para a institucionalização é mortífera, transformaria o BE naquilo que não quis ser”.

Na sua intervenção, o ex-deputado falou também da guerra na Ucrânia, apontando que se “exige a condenação inequívoca da Federação Russa pela invasão de um país soberano e solidariedade total com o povo ucraniano, que tem o direito de se defender”.

“O que devemos fazer enquanto comunidade internacional? Estimular a escalada imitar ou concentrar todos os esforços num cessar fogo imediato com a retirada das tropas, o estabelecimento de um plano de paz? Devemos alinhar no discurso do secretário-geral da NATO, que exige mais armas, ou apoiar as declarações do Presidente Lula da Silva que pede concentração num esforço fundamental de paz à comunidade internacional”, questionou.

Pedro Soares apontou que “cria enorme perplexidade ver dirigentes do BE a declararem que em matéria de guerra na Ucrânia a posição é a mesma do Governo português”, apontando que a posição do executivo “é a mesma da NATO”.

“Não menos perplexidade causa a integração do Bloco numa delegação parlamentar à Ucrânia, a convite de um neonazi organizador das piores perseguições à oposição de esquerda na Ucrânia. O BE foi a Ucrânia fazer o quê? Comprometer-se com a posição euro-atlântica do prolongamento da guerra e da escalada militar, foi corroborar o convite a um neonazi para discursar no nosso parlamento?”, criticou.

E apontou que, “se não foi nada disto”, não ouviu “ainda uma única palavra de demarcação e de solidariedade com a oposição ucraniana cujos dirigentes ou estão mortos ou estão presos”.

Sobre a vida interna do Bloco, Pedro Soares considerou que “o mal estar está instalado e transborda” e afirmou que a direção atual “não avalia os mais evidentes sinais de crise”.

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