O primeiro-ministro, António Costa, comprou um apartamento no Largo do Rato, onde fica a sede do Partido Socialista (PS), por 55 mil euros e vendeu-o meses depois por 100 mil euros, avança o jornal “Observador”. A antiga proprietária do edifício diz-se “chocada” com a situação e acusa António Costa de ter lucrado “à custa” do “trabalho de uma vida”, avança o mesmo jornal online.
Maria Rosa, a antiga proprietária do apartamento no Largo do Rato, conta ao jornal que, apesar de ter recebido propostas superiores a 55 mil euros, decidiu avançar para com o negócio com o primeiro-ministro, depois de a sua mulher, Fernanda Tadeu, ter alegado que o apartamento “era para a filha [de António Costa] ficar a morar perto do café do irmão”.
Questionado pelo jornal, António Costa indica que, antes de o apartamento ter sido vendido, foi “equipado e mobilado” e sofreu “pequenas obras de reparação”. “O imóvel da Rua do Sol ao Rato, com 40 m2 de área, foi adquirido pelo preço solicitado pela agência que o comercializava, a Remax, a mesma que no ano seguinte intermediou a sua venda equipada e mobilada, após pequenas obras de reparação. A respectiva mais valia foi declarada para efeitos da liquidação do IRS relativo a 2017”, explicou.
No entanto, especialistas em imobiliário consultados pelo “Observador” afirmam que o primeiro-ministro e a mulher fizeram um bom negócio, comprando barato e vendendo quase pelo dobro do valor. “Mesmo antes de ser reabilitada, [a casa] valia no mínimo 3.000 euros por metro quadrado”, disse um especialista ao jornal. Ou seja, o apartamento “valia, pelo menos, 120 mil euros”.
Além disso, António Costa só comunicou a compra da casa do Rato ao Tribunal Constitucional 416 dias após a compra, o equivalente a 287 dias úteis. Já a venda apenas foi comunicada 105 dias depois, que correspondem a 71 dias úteis.
Segundo informação apurada pelo jornal, entre 2016 e 2017, António Costa e a mulher fizeram quatro transações imobiliárias que envolveram três habitações. O último negócio foi a compra de um apartamento na Estrada do Desvio, freguesia de Santa Clara, em Lisboa, por 100 mil euros.
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