Costa e Marcelo evocam memória de Mário Soares em visita a África do Sul

O primeiro-ministro e o Presidente da República evocaram a memória de Mário Soares após a visita a uma escola e museu em Joanesburgo, na África do Sul, onde estão em visita oficial. Na saída do Museu do Apartheid, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que o primeiro-ministro português a visitar África do Sul aquando o fim da segregação da população sul-africana foi Mário Soares.

Já António Costa lembrou que Mário Soares, num momento de aperto político no pós 25 de Abril, conseguiu a “conciliação e concórdia nacional” da população.

O primeiro-ministro português assumiu ainda que “todas as grandes mudanças históricas foram marcadas por momento de reconciliação”, uma “unidade essencial do ser humano”.

Questionado sobre a inspiração de Nelson Mandela para terminar o Apartheid, António Costa adianta que “todo o processo democrático tem de assentar na ideia de conciliação. A democracia é o grande regime do compromisso”.

“A luta contra o racismo assentava na ideia da unidade essencial do ser humano. É esta unidade que inspira também a conciliação”, sustentou o primeiro-ministro português.

Na mesma visita, Marcelo Rebelo de Sousa lembra que ainda visitou África do Sul na altura do Apartheid, quando passou a infância em Moçambique, antiga colónia portuguesa. Direto, o Presidente da República garantiu que as duas situações não têm comparação: “Não tem paralelo [o Apartheid] com a experiência colonial porque era a segregação rígida e total por raças. Não havia possibilidade de circulação no território. Tudo era definido em função da raça”.

Por essa razão, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que reconhece e assume, por várias vezes, a responsabilidade pelo colonialismo nacional. “Não só a visão positiva e clássica mas também tudo o que houve de negativo”.