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CP deixou refugiados ucranianos apeados em Badajoz

Do total, 27 refugiados ficaram em Espanha e grande parte dos outros 52 tiveram que viajar de pé durante três horas. Apesar da maior procura, a CP só reforçou a oferta em três dias, não revelando porque é que não reforçou a oferta em mais dias, segundo o “Público”.
18 Março 2022, 14h29

Um comboio da CP deixou refugiados ucranianos apeados em Badajoz no passado domingo, segundo revela o “Público”. A automotora que a CP tem para ligar a cidade fronteiriça espanhola ao Entroncamento não conseguiu dar resposta à elevada procura por parte de refugiados ucranianos que vêm para Portugal.  “Parecia um comboio suburbano à hora de ponta. Ainda por cima, vinham, como é natural com malas, sacos, carrinhos de bebés. Nem se podiam mexer”, contou um revisor ao jornal.

No total, 27 ucranianos ficaram apeados, e grande parte dos 52 que chegaram ao Entroncamento tiveram que viajar de pé durante três horas. Esta automotora só tem capacidade para 94 lugares sentados. O jornal diário destaca que a CP apenas reforçou a oferta – com a circulação a ser feita por duas automotoras acopladas – em três dias (9, 10 e 16 de março), não explicando porque é que não reforçou em mais dias, apesar de saber que existe uma maior procura. Habitualmente, este comboio tem maior procura aos fins-de-semana, devido ao afluxo de estudantes de Portalegre e Badajoz.

A automotora Allan tem 94 lugares sentados, mas apertados e com assentos pouco confortáveis, segundo o “Público”, que destaca que o espaço para bagagens também é exíguo. Este meio foi concebido para fazer viagens curtas no ramal da Lousã, onde operou até ao fecho da linha.

Segundo o “Canal Extremadura”, centenas de refugiados ucranianos têm chegado à estação de Badajoz diariamente nos dois comboios que ligam a cidade da raia à capital espanhola.

“Todos dirigem-se a Portugal, porque têm lá familiares, ou amigos, ou algum tipo de apoio”, disse Víctor Domínguez, coordenador da Cruz Vermelha, ao canal televisivo da comunidade autónoma. A Cruz Vermelha tem recebido estes refugiados e entrega-lhes comida e água, e dá-lhes informações para seguirem viagem até Portugal.

Recorde-se que faz agora dois anos que o Sud Expresso e o Lusitânia (que ligavam o país a Madrid e a França) deixaram de circular, por decisão da Renfe, empresa espanhola que operava o serviço.

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