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Credit Suisse processado por supostos acordos com oligarcas russos

O processo, aberto num tribunal distrital de Nova Iorque, é em nome de pessoas e entidades que adquiriram títulos do Credit Suisse entre 19 de março de 2021 e 25 de março de 2022, noticia a Reuters.
2 Maio 2022, 17h18

Um grupo de particulares e empresas clientes do banco suíço, Credit Suisse, entrou com uma ação coletiva contra o banco num tribunal distrital em Nova Iorque, nos Estados Unidos, noticia a Reuters esta segunda-feira, 2 de maio. Os autores da ação judicial alegam que o banco ocultou aos investidores os negócios relacionados a oligarcas russos, segundo a Reuters que cita o escritório de advocacia Pomerantz LLP.

O processo, aberto num tribunal distrital de Nova Iorque, é em nome de pessoas e entidades que adquiriram títulos do Credit Suisse entre 19 de março de 2021 e 25 de março de 2022, disse Pomerantz em comunicado divulgado na sexta-feira.

Os autores da ação judicial alegam que, durante todo aquele período, “os réus fizeram declarações materialmente falsas e enganosas sobre os negócios, operações e políticas de compliance da empresa”, segundo Pomerantz no comunicado.

O escritório de advocacia alegou falhas de divulgação em torno de um acordo de securitização.

Os autores referem-se à falta de transparência do banco quando a instituição financeira suíça emitiu títulos cujo colateral eram bens de luxo de clientes, como iates e aviões privados. Esses clientes, muitos oligarcas, representavam risco para o banco.

O comunicado que cita um artigo do Financial Times de fevereiro em que o jornal informava que o Credit Suisse havia securitizado uma carteira de empréstimos vinculados aos iates e jatos particulares dos seus clientes mais ricos, através do uso anormal de derivados para aliviar os riscos associados aos empréstimos a oligarcas e empresários ultra-ricos.

O banco suíço reagiu na altura da publicação da notícia do jornal britânico, dizendo que a titularização “estava avaliada em linha com outras transações de risco significativo, disponibilizava um investimento competitivo e de hedging para os nossos clientes de investimento profissional, aumentando ao mesmo tempo a flexibilidade de capital do banco”.

A 3 de março, o Credit Suisse disse que nenhum dado de cliente havia sido apagado dentro do banco quando pediu aos investidores que destruíssem documentos relacionados com uma transação em novembro passado, reagindo a uma outra reportagem do Financial Times relacionada com oligarcas.

Este é mais um processo judicial a somar ao rol de casos em tribunal do Credit Suisse, envolvido em escândalos onerosos como os relacionados com o fundo Archegos ou Greensill.

O Credit Suisse reportou prejuízo no primeiro trimestre.

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