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Criadores da vacina russa querem pedido de desculpa por parte da Agência Europeia do Medicamento

Os criadores da vacina russa acusam a entidade europeia de adiar a avaliação da Sputnik V durante “meses”, considerando que a Agência Europeia do Medicamento “não tem o direito de minar a credibilidade de 46 outros reguladores que reviram todos os dados necessários”.
9 Março 2021, 11h05

Os criadores da vacina russa contra a Covid-19, a Sputnik V, questionaram a transparência da Agência Europeia do Medicamento (EMA) após a entidade pedir para os países europeus não aprovarem o seu uso, revela a “Reuters”.

O pedido da agência veio da chefe do Conselho de Administração, Christa Wirthumer-Hoche, que aconselhou os 27 a não concederem uma autorização de uso de emergência enquanto a Agência Europeia do Medicamento ainda está a analisar a segurança e eficácia da vacina Sputnik V.

“Exigimos um pedido de desculpas público por parte de Christa Wirthumer-Hoche da Agência Europeia do Medicamento pelos seus comentários negativos sobre os estados da UE que aprovaram diretamente o Sputnik V”, lê-se na rede social Twitter. “Os seus comentários levantam sérias questões sobre uma possível interferência política na revisão da Agência Europeia do Medicamento”, disseram os responsáveis.

Atualmente a vacina Sputnik V já foi aprovada num total de 46 países, estando a ser utilizada para a vacinação dos cidadãos. A Hungria, a Eslováquia e a República Checa já se encontram a utilizar a vacina nos seus respetivos planos de vacinação, e a “Reuters” adianta que outros estados-membros já iniciaram negociações com a farmacêutica produtora da vacina russa.

Os criadores da vacina russa acusam a entidade europeia de adiar a revisão da Sputnik V durante “meses”, sendo que a Agência Europeia do Medicamento “não tem o direito de minar a credibilidade de 46 outros reguladores que reviram todos os dados necessários”, adiantam no Twitter.

O Fundo Russo de Investimentos Diretos e a farmacêutica suíça Adienne Pharma & Biotech chegaram a acordo na segunda-feira, 8 de março, para a produção da vacina russa em Itália. Segundo a Câmara do Comércio russo-italiana, este é o primeiro acordo em que um farmacêutico europeu aceita produzir a vacina russa ainda antes desta ser autorizada pela Agência do Medicamento.

“Esta solução vai permitir [que a Itália possa] criar novos empregos e controlar totalmente o processo de produção do medicamento. Está prevista a produção de dez milhões de doses até o final do ano”, adiantou a Câmara do Comércio.

A vacina produzida pela Rússia foi registada em agosto de 2020 e apresentou uma eficácia superior a 91% nos estudos realizados. Esta foi a primeira vacina a ter autorização para ser administrada em cidadãos na Rússia.

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