Os criadores da vacina russa contra a Covid-19, a Sputnik V, questionaram a transparência da Agência Europeia do Medicamento (EMA) após a entidade pedir para os países europeus não aprovarem o seu uso, revela a “Reuters”.
O pedido da agência veio da chefe do Conselho de Administração, Christa Wirthumer-Hoche, que aconselhou os 27 a não concederem uma autorização de uso de emergência enquanto a Agência Europeia do Medicamento ainda está a analisar a segurança e eficácia da vacina Sputnik V.
“Exigimos um pedido de desculpas público por parte de Christa Wirthumer-Hoche da Agência Europeia do Medicamento pelos seus comentários negativos sobre os estados da UE que aprovaram diretamente o Sputnik V”, lê-se na rede social Twitter. “Os seus comentários levantam sérias questões sobre uma possível interferência política na revisão da Agência Europeia do Medicamento”, disseram os responsáveis.
We demand a public apology from EMA’s Christa Wirthumer-Hoche for her negative comments on EU states directly approving Sputnik V. Her comments raise serious questions about possible political interference in the ongoing EMA review. Sputnik V is approved by 46 nations.
— Sputnik V (@sputnikvaccine) March 8, 2021
Atualmente a vacina Sputnik V já foi aprovada num total de 46 países, estando a ser utilizada para a vacinação dos cidadãos. A Hungria, a Eslováquia e a República Checa já se encontram a utilizar a vacina nos seus respetivos planos de vacinação, e a “Reuters” adianta que outros estados-membros já iniciaram negociações com a farmacêutica produtora da vacina russa.
Os criadores da vacina russa acusam a entidade europeia de adiar a revisão da Sputnik V durante “meses”, sendo que a Agência Europeia do Medicamento “não tem o direito de minar a credibilidade de 46 outros reguladores que reviram todos os dados necessários”, adiantam no Twitter.
Europeans deserve an unbiased review as was undertaken by 46 other countries. After postponing Sputnik V review for months, EMA does not have the right to undermine credibility of 46 other regulators that reviewed all of the necessary data.
— Sputnik V (@sputnikvaccine) March 8, 2021
O Fundo Russo de Investimentos Diretos e a farmacêutica suíça Adienne Pharma & Biotech chegaram a acordo na segunda-feira, 8 de março, para a produção da vacina russa em Itália. Segundo a Câmara do Comércio russo-italiana, este é o primeiro acordo em que um farmacêutico europeu aceita produzir a vacina russa ainda antes desta ser autorizada pela Agência do Medicamento.
“Esta solução vai permitir [que a Itália possa] criar novos empregos e controlar totalmente o processo de produção do medicamento. Está prevista a produção de dez milhões de doses até o final do ano”, adiantou a Câmara do Comércio.
A vacina produzida pela Rússia foi registada em agosto de 2020 e apresentou uma eficácia superior a 91% nos estudos realizados. Esta foi a primeira vacina a ter autorização para ser administrada em cidadãos na Rússia.
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