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Crise na África do Sul: demissão de Jacob Zuma pode estar por um fio

No congresso deste fim-de-semana, os membros do ANC deixaram claro que a luta contra a corrupção no país se está para manter. Jacob Zuma é suspeito de uma longa lista de crimes de corrupção.
12 Fevereiro 2018, 14h48

O Comité Executivo Nacional da África do Sul deve ordenar a demissão de Jacob Zuma esta segunda-feira, depois de os militantes do partido no poder – o Congresso Nacional Africano (ANC) – se terem reunido em congresso. Caso esta não venha a acontecer, o presidente da África do Sul, que é suspeito de uma longa lista de crimes de corrupção, será sujeito a um voto de confiança no Parlamento, que quase certamente não irá conseguir assegurar.

No congresso deste fim-de-semana, os membros do ANC deixaram claro que a luta contra a corrupção no país se está para manter. Cyril Ramaphosa, presidente do ANC, – que durante uns tempos deixou de aparecer em eventos públicos para se dedicar “assuntos prementes” – discursou perante milhares de sul-africanos numa cerimónia na cidade do Cabo, que marcou o início das comemorações do centenário do nascimento do ex-Presidente Nelson Mandela

“Continuaremos com esta herança de luta contra a corrupção e para assegurar que os corruptos e aqueles que roubam os pobres enfrentam a justiça. Era isso que Nelson Mandela quereria”, afirmou.

As declarações surgem numa altura em que o presidente do país está a ser pressionado a deixar o cargo, por suspeitas de corrupção relacionadas com a compra de equipamento militar na década de 1990. “[Jacob] Zuma humilhou o ANC o suficiente, devemos terminar com isto esta segunda-feira”, disse um membro do ANC ao jornal britânico “The Guardian”.

O partido pode forçar a demissão, mas os altos dirigentes preferem que esta seja uma transição mais pacífica, para não acentuar as divisões dentro do partido. Os militantes voltaram a reunir-se de urgência esta segunda-feira para discutir o futuro da liderança do país. Caso Jacob Zuma não seja demitido esta segunda-feira, a sua continuidade será discutida no Parlamento nos próximos dias.

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