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Cruzeiro Seixas chega à UNESCO no Dia Mundial da Língua Portuguesa

Exposição “Cruzeiro Seixas – teima em ser poesia” invoca o último surrealista dos anos fundadores do movimento em Portugal e cumpre um dos seus sonhos.
5 Maio 2022, 16h30

Dia 5 de maio, Dia Mundial da Língua Portuguesa, é a data escolhida para inaugurar a “Cruzeiro Seixas – Teima em ser Poesia”, organizada pela Fundação Cupertino de Miranda, na sede da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em Paris.

Após dois anos suspensa, devido à pandemia Covid-19, a exposição, inicialmente prevista para 2020, ano do centenário do artista, vai finalmente ser apresentada, num dia pleno de simbolismo. A que se soma o facto de ser “a concretização de um sonho do artista: ter uma exposição individual em Paris, com obras, documentos e tapeçaria”, segundo explicou Marlene Oliveira, que assegura a curadoria da exposição em conjunto com Perfecto Cuadrado.

Mais. Nesta mostra prima-se também por evidenciar a ligação que existia entre a obra de Cruzeiro Seixas e a literatura e língua portuguesa, através de escritores por quem nutria grande admiração, como Fernando Pessoa, Teixeira de Pascoaes, Mariana Alcoforado ou Mário de Sá-Carneiro.

Artista e poeta, surrealista acima de tudo

Cruzeiro Seixas teve um longo percurso artístico. Começou por experimentar o expressionismo, depois o neorrealismo e, no final dos anos 1940, entrou numa fase que se revelou mais prolongada, mergulhando de corpo, alma e pincel no movimento surrealista português, onde navegavam nomes como Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Mário-Henrique Leiria, Carlos Calvet e Pedro Oom.

Esse movimento artístico que emergiu nos inícios dos anos 1920, em Paris, que em Portugal se veio a manifestar na década de 1940, alimentou a sua paixão criadora até ao fim da vida.

Em 1999, Cruzeiro Seixas doou o seu acervo artístico à Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão, que assumiu a missão de salvaguardar, exibir e publicar a obra deste nome fundamental do Surrealismo em Portugal, autor de um vasto trabalho nas artes plásticas e visuais, mas também de uma extensa obra poética.

Artur Manuel do Cruzeiro Seixas nasceu a 03 de dezembro de 1920 e foi um dos principais representantes do Surrealismo português. As comemorações do centenário do seu nascimento culminaram em Lisboa, com a maior exposição do artista, que reuniu 160 obras na Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), entre dezembro de 2021 e fevereiro deste ano.

Com o adiamento da exposição que agora chega à UNESCO, em Paris, “Cruzeiro Seixas – Teima em ser Poesia’, esta irá coincidir com a Temporada Cruzada França-Portugal, que se encontra em curso, na sequência das presidências portuguesa e francesa da União Europeia.

Organizada pela Fundação Cupertino Miranda, em parceria com a Delegação de Portugal na UNESCO em Paris, apoiadas pela Direção-Geral das Artes, a exposição abre ao público no Dia Mundial da Língua Portuguesa, 5 de maio, às 16h00, na sala Miró, na sede da UNESCO, em Paris, onde vai permanecer até 14 de maio.

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